O Cruzeiro iniciou o Campeonato Brasileiro com derrota em casa, sendo superado pelo Grêmio por 1 a 0, neste sábado. O time voltou a jogar um futebol sofrível e foi totalmente dominado pelo adversário, não lembrando nem de longe o time que venceu o Atlético pelo segundo jogo da final do Campeonato Mineiro.
Faltou tudo para o Cruzeiro na partida, atitude, raça, dedicação, tudo que o Cruzeiro esbanjou no último clássico. Mas quem deve dar explicações é o treinador Mano Menezes. Um time como o do Cruzeiro, com sua grandeza e qualidade do time, jamais pode jogar recuado em casa. O Grêmio chegou a ostentar mais de 70% de posse de bola, um absurdo. Todo mundo sabe que a prioridade do Mano no futebol é a defesa, quem não se lembra do “My name is Mano Menezes”? Ele pode ter suas convicções e confiar plenamente nela, é plausível, mas quando essas convicções passam a ser determinantes num viés negativo para a postura da equipe, a situação passa a ser preocupante.
O time do Cruzeiro não pode ser reativo a ponto de ter menos de 30% de posse de bola tendo os nomes que tem. A equipe parece não saber atacar, dependendo exclusivamente de jogadas individuais de seus homens de frente, além de jamais ter mais de dois jogadores dentro da área adversária.
E Mano parece não perceber que toda vez que o time joga para trás sofre. O time é muito qualificado tecnicamente e tem que jogar como tal. para a frente. Até hoje, na temporada, quando o Cruzeiro jogou atacando e buscando jogo deu trabalho para os adversários, saindo vitorioso. É inadmissível que o comandante não veja isso.
Mas é na escolha de jogadores que Mano demonstra as maiores incoerências. Primeiro por dar cadeira cativa a alguns jogadores que não rendem bem há um certo tempo. Henrique, Cabral, Egídio e o improdutivo Rafinha jamais saem do time titular, mesmo estes estando apresentando um futebol ruim e tendo reservas capacitados como Lucas Romero, Mancuello e Marcelo Hermes.
As entradas de jogadores também não seguem um critério. Sóbis não foi titular durante nenhum jogo da temporada em que o treinador usou a equipe principal e vem jogando mal desde o ano passado, mas virou titular no clássico e seguiu entre os onze contra o Grêmio. Já para justificar a ausência de Dedé no primeiro jogo da final do Mineiro e as falhas da sua dupla de zaga da ocasião, Mano disse que o único jogador que poderia sair do time para a entrada do camisa 26 seria Léo e hoje a zaga do time é formada justamente pelos dois. Agora a parte que mais me espantou foi a entrada de Rafael Marques no jogo de sábado. O atacante já mostrou não ter qualidade para atuar no Cruzeiro, tendo um ano de clube e apenas dois gols marcados, e a diretoria vem tentando negociá-lo desde o início do ano, sendo assim um jogador descartável no elenco. Mas eis que ontem, num jogo importante, contra talvez o adversário mais forte do campeonato, perdendo em casa, Mano coloca o jogador em campo. Se não foi pra ser cordial e se igualar ao Grêmio na questão numérica em campo, já que a equipe gaúcha tinha ficado sem Kannemann, expulso, a alteração não faz sentido algum.
Mano Menezes, os melhores tem que jogar sempre e nem todos os adversários irão tremer como nosso rival no Mineiro. O time precisa de mudança de nomes e principalmente de postura. O Cruzeiro não pode jogar como time pequeno. Tem que jogar como Cruzeiro.
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