O carnaval é uma das épocas mais esperadas do ano pelos brasileiros.
O momento é de curtir, participar de blocos, festas de rua e também apostar no Glitter, nas cores e nas fantasias.
Mas apesar do momento de festa, é preciso estar atento ao escolher do que se fantasiar.
Apesar de algumas fantasias, na hora da escolha, parecerem divertidas e inofensivas, elas podem acabar ofendendo alguém, e por isso é importante estar atento a roupas que na verdade não são fantasias.
Algumas vestimentas para o carnaval podem ser machistas ou preconceituosas, além de se apropriarem de culturas muitas vezes marginalizadas.
Por isso, o Mais Minas separou seis fantasias para você não usar durante o carnaval, confira.
Homem vestido de mulher Essa fantasia muito comum no Brasil reforça uma posição machista e desrespeitosa contra as mulheres.
Por que se vestir de mulher é algo divertido e considerado como fantasia?
Essa ação, que muitas vezes busca ser caricatural, inferioriza o feminino e também desrespeita pessoas trans, que possuem uma identidade, e não uma fantasia diária.
Fantasias sexualizadas Seja de policial, enfermeira ou empregada, se vestir com uniformes de diversas profissões, de forma sexualizada, só reafirma uma sociedade machista e patriarcal.
Símbolos religiosos Usar “burkas” ou fantasias de freiras, muitas vezes também sexualizadas, expõe não só a mulher como também demonstra a sociedade machista brasileira atual.
Além de desrespeitar também outros costumes e outras religiões.
Outro exemplo, como as fantasias de Iemanjá, colaboram com o desrespeito religioso, uma vez que religiões como candomblé ou umbanda sofrem preconceito e intolerância até os dias atuais.
Ciganas Apesar de usar cores vibrantes, bandanas e lantejoulas, a cultura cigana não se baseia a apenas isso e usar essa fantasia só colabora com a apropriação cultural.
A cultura dos ciganos é ainda muito marginalizada e seus vestimentos e acessórios não foram feitos para fantasiar e sim para representar a cultura dos mesmos.
Índios Se fantasiar de índio, apesar de muito comum, é errado.
A imagem apresentada na fantasia faz referencia a um indivíduo único: rosto pintado, cocar e penas.
Entretanto, a cultura indígena é muito mais ampla que isso e a fantasia apenas constrói mais um esteriótipo preconceituoso.
Nega maluca e Blackface Além de ser apropriação cultural, essas fantasias também colaboram com o racismo, a ridicularização e a sexualização das mulheres negras.
O “blackface” surgiu em 1830, por homens brancos que pintavam o rosto de preto para satirizar a população negra.
Gordos Roupas que fazem referência a pessoas gordas, ou até mesmo pochetes que imitam barrigas também não devem ser fantasias.
Essas ações contribuem com a gordofobia e ironizam uma condição física.
Não é só fantasia Assim, pensar no questionamento de que “é só uma fantasia” colabora com a omissão das piadas que existem a partir de preconceitos que são vistos como inofensivos mas que provocam o riso.
Com tantas opções de fantasias saudáveis, criativas e legais, deixar as fantasias, que na verdade não são fantasias, de lado não é tão complicado quanto parece.
Por isso, aposte na criatividade e pule carnaval quebrando preconceitos e esteriótipos.
Em paralelo a isso, o Diário Oficial do Município de Belo Horizonte divulgou na última quinta-feira (13) uma nota de orientações sobre ações racistas e preconceituosas no carnaval, incluindo o uso de algumas fantasias.
Leia a nota na íntegra clicando aqui.
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