De batedor de sinos a produtor musical, hoje a Janela Lateral tem a honra de inaugurar a coluna com um ícone da música folclórica, estamos falando de ninguém mais, ninguém menos que Vicente Gomes.
Nascido em 1953, de frente para a igreja Nossa Senhora do Rosario dos Pretos, Vicente teve contato com a música logo cedo.
Proveniente de uma família de músicos, cresceu em meio a rodas de seresta: ” Todas as sextas feiras tinha uma roda de seresta em minha casa, era uma mesa grande de 3 metros, com cadeiras em volta e ali ficavam cantando e tocando músicas de serestas, tinha vários instrumentos, violão, cavaquinho, bandolim, pandeiro… e eu ficava sempre ao lado ouvindo, pois estava bem pequeno ainda”.
Formado em Artes Cênicas, Técnico em Iluminação e Sonorização Teatral, Vicente trabalhou durante 39 anos no primeiro teatro das américas, o Teatro Municipal de Ouro Preto, antiga Casa da Ópera, onde teve a oportunidade de trabalhar com grandes nomes da música como João Bosco, e atores como Fernanda Monte Negro, Paulo Autran, Jackson Antunes e outros.
Em meados de 70 fundou uma banda de Rock chamada “Malungos”, em 80 aventurou-se em um grupo de samba Raiz chamado “Turismo Samba Show” e nos anos 90 encabeçou um dos projetos mais importantes da seja carreira, o grupo “Viola de Folia”, onde faz homenagens às folias de Reis e o congado: “com certeza a música sofreu muitas mudanças, pois, começei com Rock, passei pelo samba, até chegar a música folclórica que me fez voltar no tempo de criança, pois, quando criança em frente a Igreja do Rosário sempre tinha grandes grupos de congando, passava também em dezembro as folias de Reis e Pastorinhas”.
Atualmente Vicente faz shows com Viola Caipira, tocando músicas Regionais como Chico Lobo, Pereira da Viola, Rubinho do Vale e músicas autorais de Domínio Público, além de se apresentar na noite boemia de Ouro Preto.
Vicente Gomes é um topázio nascido nas ladeiras de Vila Rica cujo talento tem de ser lembrando por todos, pois se trata de um artista único no nosso chão mineiro.
Confira você também uma pequena faisca deste incêndio cultural personificado através de Vicente Gomes.
