16/03 – Paralisação do funcionalismo federal em defesa da recomposição salarial 16/03 – Paralisação do funcionalismo federal em defesa da recomposição salarial
Menu
PUBLICIDADE
Publicidade

16/03 – Paralisação do funcionalismo federal em defesa da recomposição salarial

Tempo de leitura
3 min
Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo e Professor, Dr. em Ciências Naturais e Docente do IFMG
Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo e Professor, Dr. em Ciências Naturais e Docente do IFMG
PUBLICIDADE

Você acha justo receber um salário menor do que merece? Imagina então, no caso de você se dedicar, trabalhar durante a pandemia até mesmo dentro de casa gastando sua luz, sua internet, sua mesa, seu computador, etc. e na hora de negociar seus vencimentos o patrão propor que você não tenha aumento, mesmo depois de sete anos de salário congelado, tudo caro e, o mais incrível, com dinheiro em caixa?

Se ninguém merece aguentar tanta desvalorização, por que Bolsonaro insiste em maltratar seus servidores públicos federais negando um justo aumento relativo a recomposição salarial proporcional à inflação do período?

Infelizmente, tem sido corriqueiro em muitos governos o não reconhecimento do valor dos trabalhadores, basta ver o caso de Minas Gerais, onde Romeu Zema se nega a pagar o piso salarial dos trabalhadores da educação mesmo com dinheiro em caixa, um verdadeiro absurdo.

Pouca gente sabe é que há quase 2 meses, o atual presidente ignora as reivindicações apresentadas pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (FONASEFE) e pelo Fórum Nacional das Categorias Típicas de Estado (FONACATE).

PUBLICIDADE
Publicidade

Ou seja, nem mesmo negociar este governo está disposto, para se ter ideia, no dia 18 de janeiro, as entidades protocolaram a pauta de reivindicações junto aos órgãos responsáveis, que são: a recomposição salarial de 19,99%, a derrubada da Proposta de Emenda à Constituição da Reforma Administrativa (PEC 32) e a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95.

Observando a pauta apresentada, fica claro que o funcionalismo não está pensando só em si, haja vista que traz como um dos seus pontos de pauta a EC 95, que impôs o Teto dos Gastos em áreas como Saúde e Educação, diminuindo abruptamente os recursos para a gestão pública, já que os estados e municípios estão recebendo o mesmo quantitativo de verba relativo a 2016, ou seja, de 5 anos atrás. Nem precisa falar como as coisas encareceram no período e a verba não dá para quase nada né? Basta ir nas escolas públicas ou postos de saúde para ver isso de perto.

Portanto, como forma de chamar para a negociação os gestores federais que se fazem de desentendidos, é que os sindicatos que representam esses trabalhadores convocaram paralisação de todas as suas atividades dia 16-03 e a construção de grandes atos em Brasília, Belo Horizonte e demais capitais na mesma data.

O objetivo é que o governo aceite negociar e não seja necessária a construção de uma greve por tempo indeterminado, onde todos saem perdendo, ou seja, a proposta é chamar para conversar, mas se não houver diálogo, pode ser que as assembleias das variadas categorias avaliem que seja necessário a interrupção dos serviços.

Veja bem, não podemos condenar aqueles que buscam seus direitos, lutar não é crime, é hora de apoiar os que ousam desobedecer às ordens dos patrões para mostrar que só a força coletiva é capaz de garantir direitos para os trabalhadores.

Até a próxima.