1º Festival de Cinema de Diamantina apresenta oito longas e 30 curtas brasileiros

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Tradicional ponto turístico de Minas Gerais, a cidade de Diamantina está prestes a tornar-se, neste ano, um importante polo de fomento à produção audiovisual brasileira. Com a proposta de incrementar o circuito cultural do Vale do Jequitinhonha e expandir a divulgação e a distribuição do cinema nacional pelo interior do estado, o Festival de Cinema de Diamantina (FCD) realiza sua primeira edição entre 19 e 22 de abril, no Teatro Municipal Santa Izabel, no centro da cidade histórica. 

Com oficina, debates, lançamento de livros e shows, a programação apresenta uma seleção de sete longas e 30 curtas-metragens, produzidos em 13 estados do país, além de um longa convidado, gravado em São Gonçalo do Rio das Pedras, no distrito mineiro do Serro. Produzido pela Almôndega Filmes e realizado pelo Festival de História de Diamantina (fHist) e pela Faculdade Interdisciplinar de Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em parceria com o Cineclube Cinefronteira, o evento terá distribuição gratuita de ingressos meia hora antes das exibições.

1º Festival de Cinema de Diamantina apresenta oito longas e 30 curtas brasileiros
Foto: divulgação

Diretor artístico do FCD, o jornalista e cineasta Felipe Canêdo conta que a escolha por Diamantina se deu pela ligação dos idealizadores do projeto com a cidade, que também sedia o fHist, evento realizado por produtores em comum desde 2011. “Também escolhemos a cidade por acreditarmos que o Vale do Jequitinhonha, especialmente Diamantina, merece ter um festival de cinema. A cidade não tem cinema há 30 anos. O cinema mais próximo fica em Sete Lagoas, a quase 200 quilômetros de distância, e é dentro de um shopping”, defende. “Achamos que é uma batalha que vale a pena, levar o que há de mais novo e inventivo sendo produzido no cinema nacional para o Jequitinhonha. Afinal, Minas Gerais faz cinema, e faz um cinema de muita qualidade. É importante levar esse cinema para os mineiros de todo o estado, não só para os que residem na capital”, completa.

Entre novembro e dezembro do ano passado, a convocatória para o FCD recebeu inscrições de 637 filmes, sendo 72 longas e 565 curtas, produzidos em todas as regiões do país. Assinada por Vitória Azevedo, João Campos e Gustavo Maan, a curadoria buscou trabalhos que refletissem sobre a identidade nacional contemporânea e seus percalços a partir de leituras que levam em conta o olhar de grupos historicamente marginalizados na sociedade brasileira, como mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+, quilombolas e indígenas. “A mostra competitiva, com curadoria do João Campos, traz sete longas, que terão sessões acompanhadas por debates com os organizadores. Temos filmes como ‘O índio cor de rosa contra a fera invisível’, do carioca Tiago Carvalho, que conta a história de Noel Nutels, sanitarista importante na luta indigenista do século 20; ‘Cambaúba’, um filme incrível da Cris Ventura, de Goiás; ‘A filha do palhaço’, do cearense Pedro Diógenes, que representa muito bem a nova produção do cinema brasileiro; e ‘Fazendinha’, da Marina Nobel, de BH, representando a cena local”, sublinha.

O diretor do FCD ressalta, ainda, as sessões de curtas-metragens, que abarcarão 30 trabalhos, cujas narrativas passeiam por diferentes temas tangentes ao mote do evento. Todos os trabalhos foram gravados entre 2020 e 2022, e têm até 30 minutos. “Há sessões e debates muito ricos organizados tanto pela Vitória Azevedo, historiadora e professora da UFVJM, como pela boa dupla formada pelo Gustavo Maan e pelo João Campos, que têm um olhar mais irrequieto”, afirma Canêdo, ressaltando que haverá uma mostra online na segunda semana de maio por meio de uma parceria com a Embaúba – plataforma de streaming da distribuidora de clássicos nacionais como “Marte Um” (2022), filme de Gabriel Martins indicado para representar o Brasil no Oscar 2023. “Após o festival, será realizada uma mostra virtual na plataforma com títulos desta edição. Uma oportunidade para quem não conseguiu assistir às sessões durante o Festival”, completa.

Para Canêdo, o FCD se avoluma culturalmente também por trazer atividades paralelas às exibições, que inclusive incorporam outras linguagens artísticas. “Teremos apresentações musicais, cujos nomes ainda estão sendo definidos, e lançamentos de dois livros: ‘Histórias para não esquecer’, realizado pelo fHist, que traz 200 perfis de mineiros e mineiras fundamentais para a formatação do Brasil em distintas searas da sociedade e ‘Como educar as crianças no mundo das telas?’, do diretor e roteirista Igor Amin. “Sem contar a atividade de formação”, ressalta. Diretor e roteirista, com mestrado em audiovisual pela Universidade do Minho (Portugal), Canêdo ministra a oficina “Como fazer um filme com borra de café”, que irá percorrer brevemente todo o processo de realização de um filme, a começar por roteiro, pesquisa e pré-produção, além das filmagens, da montagem e da finalização. Gratuita, a atividade conta com 12 vagas e é direcionada a pessoas com mais de 16 anos, residentes em Diamantina ou na região. As inscrições podem ser feitas pela internet até dia 31 de março, pelo formulário disponível neste link.

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