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A famosa história do povo que se negava a seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS)

16/04/2020 às 10:44
Tempo de leitura
3 min

Era uma vez um país muito abastado, mas extremamente desigual. Os que tinham muita grana eram tão mesquinhos que se negavam a repartir com aqueles que mais precisavam, alguns inclusive, eram conhecidos por serem tão ricos, mas tão ricos que a única coisa que tinham era dinheiro.

Essa nação, de modo inexplicável elegeu um ogro para presidente. Esse ser era tão ausente de coisas boas que lembrava um grinch, estilo aquele dos desenhos, capaz de apenas ficar grunhindo e falando coisas sem sentido. Entretanto, mesmo assim havia um fã clube para ele, até chamá-lo de mito era comum entre seus apoiadores.

Um dia, por conta de uma pandemia que ficou conhecida como Coronavírus, esse país ficou ainda mais perdido: muita gente correndo desbaratinada sem saber o que fazer, diversos assessores do grinch doentes e atordoados até que um de seus ministros, com base nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou: precisamos de isolamento social, evitar sair de casa ao máximo para tudo.

Sem pestanejar, os governadores e prefeitos obedeceram a diretiva, paralisando tudo que fosse possível, incluindo escolas e demais serviços públicos, algo até então nunca antes imaginado.

Até que um belo dia, o grinch acordou com o pé esquerdo. Como ele era extremamente egoísta e ignorante, resolveu ir até as televisões e declamar que, por ele, ninguém mais deveria ficar em casa. Lógico que ele não tomou nenhuma medida efetiva, afinal ele não é bobo e não queria responder por crime de responsabilidade, mas seus fãs entraram em êxtase.

Mesmo contrariando todas as medidas da OMS, diversos moradores dessa nação resolveram obedecer ao grinch e desrespeitar os médicos, parando o isolamento social, achando ser tudo bobagem e chegando ao cúmulo (veja só!) de fazer uma carreata contra o vírus, defendendo o fim das quarentenas e a volta da vida normal.

Não bastou ver as cenas de caixões sendo enterrados em valas comuns em outros países, nem mesmo os números que mostravam que os locais onde tinha isolamento as mortes eram menores, o lance era obedecer ao “mito” e ir para a rua gritar que não havia vírus, que não havia nada e que tudo era um complô contra o grinch.

Como a história se dá no tempo presente, ainda não sabemos ao certo o que vai dar, mas podemos prever que mortes, caos social e muita gente doente é o futuro que tudo indica terá esse país.

A pergunta que não quer calar é: por que um ser ignóbil pode ter mais respeito que a classe médica, que a OMS e que a ONU?

Difícil responder quando temos um percentual de pessoas que parecem zumbis, não veem o obvio e colocam em risco a si e as seus semelhantes simplesmente por rixa política, por achar que a cruzada contra a suposta “esquerda” está à frente da luta pela civilidade.

Onde esse país vai parar?

Não se tem essa resposta, mas a única coisa que podemos afirmar é que não devemos obedecer ao grinch, para ser mais claro, como diária o poeta: sempre desobedecer, nunca reverenciar!

Sigamos firmes rumo ao abismo. Triste país onde o Grinch é o Senhor…

Até a próxima.

* Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo e Professor, Dr. em Ciências Naturais e Docente do IFMG.