A temida crase: entenda de vez quando usá-la!

A temida crase: entenda de vez quando usá-la!

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Se tem um assunto que causa dúvidas na língua portuguesa, esse assunto é a crase. Muita gente sente calafrios ao pensar nesse pequeno sinal (`) que, embora discreto, faz toda a diferença na escrita formal. Mas fiquem tranquilos! Com algumas dicas e um pouco de atenção, você nunca mais vai errar.

O que é a crase?

Para começar, vamos direto ao ponto: a crase é a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a”. Ou seja, ela só ocorre quando temos um termo que exige essa preposição seguido de um substantivo feminino acompanhado do artigo.

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Exemplo:

  • Fui à festa. (“Fui a” + “a festa”)
  • Retornei à cidade. (“Retornei a” + “a cidade”)

Como identificar quando usar a crase?

Uma dica útil é substituir a palavra feminina por um termo masculino. Se o “a” virar “ao”, então é sinal de que a crase deve ser utilizada. “Se vou a, volto dá, então crase há! Se vou a, volto dê, crase para quê?

Exemplo:

  • Fui à escola. (Fui ao colégio ✓ Crase!)
  • Caminhei a pé. (Caminhei ao pé ✗ Sem crase!)

Além disso, a crase também ocorre antes de alguns pronomes demonstrativos (“aquela”, “aquele”, “aquilo”) e pronomes relativos quando podem ser substituídos por “ao”.

Exemplos:

  • Entreguei o livro àquela moça. (Entreguei ao rapaz ✓ Crase!)
  • Esta é a razão à qual me referi. (Referi-me ao motivo ✓ Crase!)

Expressões que exigem crase

A crase é obrigatória em expressões adverbiais de tempo, modo e lugar formadas por palavras femininas:

  • À noite, à tarde, às pressas, à deriva, à vontade, à esquerda, à direita, às claras.
  • À moda de Camões, à maneira de Machado de Assis.

Quando não usar a crase?

Agora que você já sabe onde ela deve estar presente, é essencial entender onde ela não tem vez. Veja alguns casos:

  1. Antes de palavras masculinas: “A vítima foi morta a tiro”;
  2. Antes de verbos no infinitivo: “Começou a estudar.” (Nada de crase aqui!);
  3. Antes de pronomes indefinidos, pessoais e de tratamento (exceto senhora, madame, dona, senhorita): “Entreguei o documento a ela.” (Sem crase!);
  4. Em expressões com palavras repetidas: “Saiu a toa.” (O correto é “à toa” porque se trata de uma expressão adverbial.)

Casos facultativos

Há situações em que o uso da crase fica a critério do escritor:

  • Antes de nomes próprios femininos (“Entreguei a/Ana o convite.”)
  • Depois da palavra “até” (“Fui até a praia” ou “Fui até à praia” são aceitos.)
  • Antes de pronomes possessivos femininos (“Referi-me a/sua opinião.”)

O segredo para dominar a crase está na prática. Sempre que tiver dúvidas, experimente substituir a palavra feminina por uma masculina ou testar o uso da preposição “para a”. Com o tempo, você irá percebê-la de forma intuitiva. Afinal, como disse Cora Coralina, “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. Agora que você aprendeu, que tal compartilhar esse conhecimento? É praticando que se aprende!

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