O ex-jogador do Atlético, Adilson, entrou na Justiça contra seu ex-clube pedindo cerca de R$ 11,6 milhões por danos morais, atraso de salários e multa. No documento oficial, o ex-atleta afirma não ter seu salário pago desde que sua doença foi diagnosticada.
No documento, mostra uma tabela com os salários que, segundo Adilson, não foram pagos. O valor, de julho/2019 a dezembro/2019, somado, chega a R$ 2,1 milhões. O valor não pago de FGTS (ainda segundo o ex-volante) no período foi de R$ 100,8 mil. Entra na conta também as seguintes verbas rescisórias: o 13º salário (de 2019), no valor de R$ 210 mil, e as férias remuneradas, no valor de R$ 280 mil.
E ainda, a conta fica ainda maior ao somar os valores referentes a 2020, que deveriam ser pagos em caso de cumprimento de contrato. Adilson pede o pagamento da cláusula compensatória que soma o valor de todos os salários que seriam recebidos por ele de janeiro a dezembro de 2020. O valor total é de R$ 4,548 milhões (CTPS + direito de imagem).
Veja o que está escrito no documento:
“Houve grande comoção (com a notícia do diagnóstico), e o Reclamado, através de seu Presidente em exercício, declarou expressamente que o Reclamante seguiria trabalhando na equipe, fazendo parte da equipe técnica, e o contrato em vigor entre as partes seria integralmente cumprindo até seu termo final. Tal declaração foi amplamente divulgada na mídia esportiva.
Assim, o Reclamante seguiu trabalhando regularmente para o Reclamado, contudo, apesar da plena vigência do contrato laboral entre as partes e do compromisso assumido pela Reclamada perante a mídia, ao que parece apenas para mascarar sua má-fé, e ainda, apesar do Reclamante cumprir com todas as suas obrigações laborais, o Reclamado não cumpriu com suas obrigações patronais, e em total desrespeito aos preceitos celetistas e constitucionais, NÃO PROMOVEU O PAGAMENTO DOS SALÁRIOS DOS ÚLTIMOS 6 MESES (CTPS +”IMAGEM”), COMO TAMBÉM NÃO PROMOVEU O RECOLHIMENTO DOS DEPÓSITOS FUNDIÁRIOS DOS ÚLTIMOS 6 (SEIS) MESES.
Diante disso, em razão do Reclamado não cumprir com as suas obrigações patronais, visto que não promoveu o pagamento dos salários e dos depósitos fundiários a mais de 3 (três) meses, dá-se ensejo ao pedido de rescisão indireta, lastreado nos fundamentos jurídicos a seguir apresentados”.
Passagem pelo Atlético
Adilson chegou ao Atlético em 2017 e, no fim de 2018, renovou contrato até dezembro de 2020, pelo bom desempenho demonstrado dentro de campo. Porém, em 2019, o jogador descobriu um problema cardíaco que o fez encerrar a carreira precocemente, aos 32 anos. Com o acordo de renovação com o Galo até 2020, a diretoria atleticana o colocou na função de auxiliar técnico, na qual ele exerceu até o fim da última temporada.
Entretanto, com a chegada de Rafael Dudamel para o comando técnico do Atlético, junto de toda sua comissão, Adilson foi dispensado do clube. Portanto, a ideia é que haveria uma rescisão contratual, mas acabou virando caso para a Justiça do Trabalho avaliar.
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