Após a polêmica envolvendo o ator Ícaro Silva e o apresentador Tiago Leifert há alguns dias atrás é possível perceber o clima tenso entre alguns artistas, formadores de opinião, admiradores do programa e questões sociais mais sérias.
Ícaro definiu o Big Brother Brasil como “entretenimento medíocre”.Tudo indica que essa opinião provém da última edição, em que o participante João Luiz foi vítima de racismo. Como Ícaro, assim como João, é negro, provavelmente se sentiu, de alguma forma, ofendido com a violência ocorrida.
Apesar disso, o sertanejo Rodolfo, apontado como a pessoa que cometeu racismo, por comparar o cabelo black power de João com uma peruca de homem das cavernas, após sair do programa emplacou o hit “Batom de Cereja”, e até os dias atuais possui músicas de sucesso como destaque nas playlists brasileiras.
Contudo, apesar do talento e carisma de Rodolfo ter caído no gosto da massa brasileira, o programa ficou muito mal visto diante dos intelectuais e principalmente para as pessoas de pele negra, que representam 54% da população do Brasil.
O BBB sempre foi um programa muito bem produzido, isso não podemos negar. Porém Boninho e sua equipe, mesmo após 21 anos de promoção do reality, nunca imaginariam que tais atitudes pudessem ocorrer e pior, que seriam comentadas nas redes sociais, em tempo real. Erro grotesco do programa.
Para não perder essa grande “fatia” de espectadores (54%) e na tentativa de melhorar a imagem do programa, tudo indica que a produção vai enrijecer as regras em relação ao tema, que é bastante delicado, contudo pertinente.
Uma coisa é fato, o ocorrido e posteriormente o grande sucesso de Rodolfo como cantor nos revelou questões importantes: nem todos os brasileiros possuem um nível médio de compreensão sobre o tema; uma boa parte dos telespectadores não está preocupada com isso; o diálogo é mais importante do que a violência e a internet potencializa situações de racismo cotidiano.
Precisamos destacar que alguns participantes negros já venceram o programa, como: Cida Santos (BBB 4), Jean Wyllys (BBB 5), Mara Viana (BBB 6), Gleici (BBB 18) e Thelma (BBB 20).
Em contraponto duas participantes que foram acusadas de cometerem racismo no programa foram campeãs.
O que deve mudar
Sabemos que em cada edição o BBB se atualiza e traz novas dinâmicas de jogo. Somente uma coisa não mudou até a última edição: a forma de montar o paredão, com voto do líder, escolha do anjo e votação da casa.
Para não repetir o “vexame” da edição de 2021, o programa deve distribuir cartilhas aos futuros participantes sobre o tema, explicando o que é racismo estrutural, de que maneira ele pode ocorrer, o que não dizer a uma pessoa que se autodeclara preta.
O mesmo deve ocorrer com outros grupos como mulheres, LGBTs e portadores de deficiência física.
Tiago Leifert
Embora tenha se demitido da TV Globo, Tiago Leifert sentiu as dores do BBB em relação à crítica de Ícaro. O apresentador simplesmente deixou de seguir os ex-BBBs que de alguma forma apoiaram Ícaro, seja com um simples “like” ou comentários nas redes sociais.
Está na lista de “unfollow”, Manu Gavassi, Babu Santana, Grazi Massafera e até mesmo a campeã Thelma.
Quem vai substituir Leifert?
Quem conduzirá o BBB 22 no lugar de Leifert é o jornalista e também apresentador do Fantástico, Tadeu Schimidt.
Tudo indica que a influenciadora Camila fará parte do elenco da próxima edição do reality.
Outra mudança que vai acontecer é a substituição de Rafael Portugal por Dani Calabresa no quadro Cat BBB.
Quanto aos participantes, fica a dúvida no ar. Existem alguns famoso cotados para participarem, mas são apenas especulações.
O BBB 22 está previsto para começar em 17 de janeiro, então logo menos termos a lista oficial dos 12 (ou mais ou menos) participantes desta nova edição.