Após oito dias, motoristas da Univale interrompem paralisação

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Após oito dias, os motoristas da Univale de Ouro Preto e Mariana interromperam a paralisação às 20h dessa quinta-feira, mas a luta ainda não acabou. De acordo com o coordenador do movimento, Clemilson de Souza, as reinvindicações dos motoristas ainda não foram atendidas pela empresa, que segundo ele, tem demonstrado grande resistência em atender às demandas dos trabalhadores.

Os motoristas cobram melhores condições de trabalho, aumento do valor do vale alimentação, pagamento de horas extras, locais adequados de descanso nas minas e a readmissão dos três funcionários demitidos em função da paralisação.

Após oito dias, motoristas da Univale interrompem paralisação
Foto: Sinasefe IFMG

Há a expectativa de que a empresa dê um cartão-alimentação para seus funcionários no valor de R$ 480 (o pedido dos motoristas é que fosse de R$ 600), mas ainda não há nada confirmado, sendo apenas um boato que percorre entre os trabalhadores da Univale.

Quanto às demissões, a empresa não abriu mão de reintegrar os motoristas dispensados, porém, os demitidos creem na reversão na Justiça, porque todos eram membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA).

Durante a paralisação, os motoristas deixaram de levar funcionários para pelo menos quatro minas administradas pela Vale: Fazendão, Alegria, Timbopeba e Fábrica Nova. No entanto, quando a greve ganhou uma proporção maior, a empresa contratou outras agências de ônibus para transportar os funcionários para essas minas, como a Rio Negro, São Luiz e Santa Fé.

No início, foram 98 motoristas paralisados, mas depois o número quase dobrou. De acordo com Clemilson, haviam funcionários presentes na paralisação, outros ajudando e trabalhando e tinham aqueles que apoiavam, mas tinham medo de aparecer e sofrer represália.

Houve acampamento em frente à empresa, apoio de populares, lideranças sindicais, vereadores de Ouro Preto e Mariana e Sindicato Metabase Mariana. Porém, não teve apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Ouro Preto (STTROP).

Clemilson conta ao Mais Minas que, além de procurar a reversão da sua demissão e dos outros dois motoristas na Justiça, irá descansar, pois o desgaste físico e psicológico da paralisação foi muito grande. Segundo ele, teve até funcionário que passou mal e chegou a quase ter um infarto durante a greve, tendo que ser atendido, em um primeiro momento, pelo “Associação Doe Sangue Mariana”.

Posicionamento da Vale

Em contato com o MM, a Vale diz que respeita toda e qualquer manifestação, desde que legítima, pacífica e realizada em local seguro, de seus empregados próprios ou prestadores de serviços. “A empresa acompanha a movimentação, tendo como objetivo a segurança e o bem-estar das pessoas que utilizam o serviço prestado pela Univale”, disse a empresa.

Univale

Através de nota, A Univale disse que cumpre rigorosamente o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria e as leis em vigor. Ela conta que foi surpreendida por uma paralisação “à revelia da lei”, liderada por um grupo de pessoas coordenado por uma entidade sindical “completamente estranha ao segmento de transportes”, causando enormes prejuízos no atendimento de seus clientes e à própria empresa, além de gerar instabilidade no seu quadro de colaboradores.

E ainda, a Univale avalia como absurda e ilegal a paralisação de 56 veículos durante três dias, somente sendo restabelecidos no fim da noite do dia 17, sob escolta policial. A empresa conta que, mesmo diante de ordem judicial, os grevistas não permitiram que os trabalhadores que desejavam trabalhar pudessem fazê-lo. Portanto, foi necessário que, para garantir um atendimento mínimo, inferior à determinação judicial, a empregadora deslocasse trabalhadores de outras filiais.

“O absurdo movimento se encerrou como começou: sem qualquer comunicação formal de quem o liderou, o que evidencia a selvageria daqueles que se mostraram indiferentes ao cumprimento da lei”, complementa a nota da Univale.

A empresa ainda salienta que medidas judiciais e administrativas estão sendo tomadas para responsabilização das pessoas e entidade que provocaram tamanho dano.

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