Hoje (30) aconteceu uma paralisação nacional em defesa da Educação, devido ao corte de 30% nas verbas das universidades e institutos federais do país. Este foi o segundo ato no mês de maio contra os cortes de verbas das universidades e institutos federais anunciados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Durante os atos do dia 15 de maio, Bolsonaro chegou a chamar os manifestantes de “idiotas úteis”, afirmando que estes são “massa de manobra”. Porém, no dia (26) voltou atrás e afirmou que exagerou ao denominar os estudantes de tal forma. O presidente do Brasil afirmou que “inocentes úteis” seria um termo mais correto. O político afirmou que os participantes não sabiam o que estavam fazendo ali, estando, portanto, sendo influenciados por, segundo ele, professores “inescrupulosos”.
Após menos de uma semana dos atos pró-Bolsonaro, mais uma vez acontecem manifestações em prol da Educação e contra as medidas do presidente.
Manifestação em Ouro Preto
Reunindo estudantes, professores e entidades ligadas à educação, em Ouro Preto, o ato começou às 14h com concentração na portaria da UFOP e saída em direção à portaria lateral do campus. Logo após, saiu pela Rua João Pedro da Silva, parando na Praça da Bauxita, com falas de manifestantes por 20 minutos (vídeo abaixo). Após a fala, o ato segue pela avenida Juscelino Kubitscheck, rua Pandiá Calógeras, Barra, chegando na Praça da Estação, onde aconteceu mais falas e encerramento do ato.
Em conversa com a repórter Karina Peres, o presidente do Conselho Municipal de Educação de Ouro Preto e professor de Geografia na rede municipal de Ouro Preto, Leandro Andrade Cardoso, ressalta: “Se ele (Jair Bolsonaro) não voltar atrás, vai ter que ter grave, porque não vai ter como funcionar. A escola que eu trabalho, por exemplo, ela tem faltado papel pra xerox, giz, papel higiênico, a gente tem que pagar uma cota de xerox se a gente quiser tirar xerox, porque não tem recurso pra isso.”
Maria Cecília, de 16 anos, é estudante do curso técnico de Administração no 2º ano do ensino médio no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e também participou da manifestação em “defesa do seu futuro”. Segundo ela, “Desde criança, quando a gente entra na escola, a gente pensa em entrar numa faculdade, e agora que talvez não tenha uma chance de entrar, devido aos cortes, eu estou perdida.”
O Coordenador Geral do Sinasefe, sindicato que representa os servidores da educação do IFMG, diz que se o presidente não voltar atrás nos cortes, “Nós vamos continuar na rua e mostrar a força da população unida, a força da educação, e vamos continuar nos colocando e defendendo isso que é patrimônio: a educação pública gratuita de qualidade, e nós vamos continuar na rua fazendo essa defesa.”