Após, no último texto, falar do meio campo cruzeirense, hoje, no terceiro texto da série Balanço Celeste comentarei o ataque azul em 2018.
O ataque cruzeirense foi o setor mais problemático da equipe no ano. Poucos gols, muitas lesões e jogadores que não conseguiram ter uma sequência no time, além do estilo de jogo imposto por Mano Menezes prejudicaram o rendimento do setor ofensivo celeste na temporada.
Para se ter uma ideia, o Cruzeiro foi o quinto pior ataque do Brasileirão, junto de Corinthians e Chapecoense. Equipes rebaixadas como Vitória e Sport fizeram mais gols que o time celeste. Marcando 34 gols em 38 jogos, a média de bolas na rede foi inferior a um por jogo. Nas outras competições, a média de gols foi melhor, mas nada que enchesse os olhos do torcedor amante de um futebol mais ofensivo e menos pragmático.

Muitos fatores podem explicar o mau-desempenho do ataque celeste no ano. O principal deles, na minha opinião, é a forma de jogar de Mano Menezes. Nosso treinador, como todos já sabem, prioriza a defesa e é conhecido por montar times fortes lá atrás e não tão eficazes à frente, carregando um estigma de retranqueiro. Em inúmeras ocasiões durante a temporada era comum ver jogadores como Barcos e Raniel marcando atrás da própria intermediária, o que impossibilitava a presença destes em eventuais contra-ataques advindos de roubadas de bola. Isso talvez explique Thiago Neves, talvez o jogador com menos obrigações defensivas no time, mais um ano como artilheiro da equipe.
Outro fator importante também foram as lesões. Fred, contratado para ser o camisa 9 da equipe, se lesionou gravemente ainda no início da temporada, perdendo quase o ano todo. E quando ele voltou, foi fácil perceber a diferença que faz no time. Sassá foi outro que iniciou a temporada lesionado, voltou, inclusive fazendo gols na Copa Libertadores, mas logo se machucou outra vez e perdeu boa parte do ano, voltando somente nos últimos meses. O jovem Raniel também oscilou idas e vindas ao estaleiro. A situação foi tão grave que durante a parada para a Copa do Mundo, a diretoria celeste precisou buscar outro centroavante, Hernán Barcos, pois o treinador não contava, naquela altura, com ninguém da posição por causa das lesões. E Mano Menezes fez questão de mostrar para nós que Thiago Neves de falso 9 é algo impraticável.
A má fase de alguns atletas influenciou no baixo desempenho ofensivo do clube. Rafael Sóbis parece ter desaprendido a jogar futebol e Barcos, apesar de gols importantes em momentos decisivos, não deu bom retorno técnico ao time e é pouco provável que os dois continuem no time para 2019.
O Cruzeiro é um time que cria muito, como disse no texto sobre os meio campistas, por isso acredito que se o problema com as lesões for amenizado teremos um melhor ano em 2019. Fred mostrou no fim da temporada que ainda tem muita lenha para queimar e que com sequência, ainda é o melhor camisa 9 do país. E sendo municiado por Thiago Neves, Robinho e Arrascaeta, o trabalho fica bem mais fácil. Mano Menezes é outro que também precisa nos ajudar. Fazer o time jogar e não se preocupar apenas em se defender pesa muito para uma melhora ofensiva. Mas acredito que com Fred assumindo de vez a titularidade da equipe, Mano passará a cobrar menos uma participação defensiva do atleta, que ficará mais próximo do seu habitat natural: a área adversária e que, aí sim, muitos gols virão para que, em 2019, vivamos o momento máximo do futebol muito mais vezes do que vivemos em 2018.
Números ofensivos
Jogos no ano: 72
Gols: 90
Média de gols: 1.25 gols por partida
Números dos atacantes
Raniel: 9 gols em 55 jogos, com média de 0.16 por partida
Rafael Sóbis: 7 gols em 36 jogos, com média de 0.19 por partida
Sassá: 7 gols em 27 jogos, com média de 0.26 por partida
Fred: 4 gols em 15 jogos, com média de 0.26 por partida
Barcos: 3 gols em 24 jogos, com média de 0.12 por partida
No próximo texto, o assunto será nossa equipe técnica. Fique ligado!!!
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Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.