Chega ao fim nesta terça-feira (22), a 25ª edição do Big Brother Brasil, promovida como edição de aniversário e comemorativa pelos 60 anos da TV Globo, que teve inovações importantes, mas também enfrentou críticas. Com audiência abaixo da média histórica e repercussão limitada, o BBB 25 passou longe do sucesso esperado para uma temporada simbólica. O sistema de votação, que combinou voto único e voto de torcida, foi um dos pontos mais debatidos, reacendendo questionamentos sobre a representatividade das eliminações.
Mesmo com um elenco diversificado e a proposta de duplas com vínculos reais, como casais, genro e sogra, irmãos e amigos, o programa registrou a menor audiência da história do reality, segundo sites especializados. A ausência de personagens carismáticos e a falta de conflitos contribuíram para o desinteresse do público. Sem favoritos claros ou antagonistas marcantes, o programa perdeu engajamento e impactou diretamente na repercussão nas redes e nos paredões.
A aposta em duplas prometia novas estratégias e conflitos, mas na prática gerou um jogo mais ameno e emocionalmente previsível, parecendo-se mais com um sarau do que um reality show de confinamento. Os participantes evitaram confrontos, priorizando alianças pessoais em detrimento do jogo coletivo. Ainda que a diversidade do elenco tenha sido um avanço — com diferentes faixas etárias e origens sociais —, a maioria dos confinados mostrou pouco apetite competitivo, prejudicando o andamento do programa.
A produção apostou em novas dinâmicas, como o “Barrado no Baile”, o retorno do Quarto Secreto, um robô fofoqueiro, que usava vídeos para confrontar falas dos participantes, e até mesmo uma casa de vidro com participante dentro de um shopping no Rio de Janeiro. No entanto, esses recursos não surtiram efeito duradouro dentro da casa. A mudança de direção com a saída de Boninho e a entrada de Rodrigo Dourado também representou uma transição de estilo, mais experimental, mas com recepção dividida.
Um dos principais debates da temporada envolveu a mecânica de votação. O sistema híbrido, com peso igual entre voto ilimitado (torcida) e voto único por CPF, foi introduzido para equilibrar o jogo e evitar que torcidas organizadas dominassem os paredões. Na teoria, a mudança visava garantir mais representatividade ao público geral, mas na prática gerou controvérsia.
Paredões como o de Aline, eliminada mesmo sendo menos rejeitada no voto único, expuseram a fragilidade do sistema misto. Em votações apertadas, a decisão acabou favorecendo quem tinha torcida mais mobilizada, contrariando a intenção de democratização. A torcida de uma única participante, a Renata (incluindo a sua dupla, Eva) praticamente sequestrou o programa para si. Houve também desconfiança sobre o uso de robôs e campanhas coordenadas, especialmente na reta final, o que a emissora negou.
Comparado a edições como BBB 21, onde Juliette venceu com base em popularidade massiva refletida no voto ilimitado, ou BBB 24, em que a decisão foi mais previsível, o modelo do BBB 25 ampliou a sensação de imprevisibilidade — mas também de injustiça para parte do público.
O BBB 25 inovou, testou novos formatos e tentou resgatar o interesse do público, mas esbarrou em um elenco pouco engajado, dinâmica emocionalmente travada e um sistema de votação que ainda precisa ser aprimorado. A proposta de equilibrar voto de torcida com voto único é válida, mas requer ajustes — como maior peso ao CPF ou limitação de votos por conta — para realmente refletir o desejo da maioria e evitar distorções que comprometem a credibilidade do jogo.
A edição comemorativa termina com saldo inferior ao esperado e serve como alerta para que as próximas temporadas priorizem não apenas inovação técnica, mas principalmente a construção de uma narrativa forte e envolvente.