Bebê Rena: O que a nova série da Netflix tem a ensinar sobre amor?

Quando o amor verdadeiro e saudável não nos preenche, buscaremos preenchimento de outras formas, afirma o filósofo, palestrante e escritor Luiz Fellipe de Carvalho

0 comment

A nova série lançada pela Netflix, Bebê rena, ou Baby Reindeer, no título original, tem chamado a atenção da internet nos últimos dias, principalmente por ser baseada em uma história real que trata de temas muito complexos, como stalking, abuso de substâncias e violência sexual.

No entanto, além de entretenimento, a série também ajuda a pensar melhor o amor, e situações em que outros sentimentos são considerados amor, explica o filósofo, palestrante e escritor Luiz Fellipe de Carvalho.

Bebê Rena: O que a nova série da Netflix tem a ensinar sobre amor?
Imagem: Reprodução/Divulgação

A série é protagonizada por Donny, um personagem que é perseguido por uma stalker. Além disso, a série também mostra como ele, de certa forma, gostava dessa atenção. Isso nos ajuda a repensar amor e afeto e como nós os buscamos até de modos esdrúxulos“.

Luiz Fellipe de Carvalho (MF Press Global)

A situação retratada na série nos faz lembrar da história mitológica de Eros, que representa o amor, mas um tipo de amor que chamo de ‘amor potência’. Eros era filho de Ares, deus da guerra e do impulso, com Afrodite, deusa da beleza. Ou seja, a junção do impulso com a beleza gerou o amor, mas um que tem poder sobre nós. O impulso de amar e ser amado é tão inescapável, que quando não o conseguimos de formas saudáveis, ele nos toma de modos não-saudáveis, como o que aconteceu na série“, explica.

A mitologia é um meio importante de expressão do inconsciente coletivo e da condição humana, por isso, analisar as histórias presentes nessa ‘enciclopédia de mitos’ ajuda a entender mais as questões existenciais dos indivíduos.

Segundo os mitos, Eros se casou com uma mortal chamada Psiquê, que representa a alma humana. No mito, eles estavam destinados a estar juntos, mas em um dado momento, Psiquê traiu a confiança de Eros, o amor, e teve que realizar trabalhos penosos para retomar o amor de Eros. Isso tudo é uma forma de representar que ao mesmo tempo em que o amor adoece, ele também cura“.

Por isso, é muito importante ficar atento a esse tipo de situação e tentar entender se o que você chama de amor realmente é amor ou é mais uma necessidade de preencher o espaço que deveria pertencer ao amor“, afirma Luiz Fellipe.

Comentários Facebook

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. aceitar LER MAIS