O presidente da República, Jair Bolsonaro, acusou, nessa sexta-feira (29), o ator Leonardo DiCaprio de “dar dinheiro” para “tacar fogo na Amazônia”, na saída do Palácio da Alvorada.
– O Leonardo Di Caprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia — disse Bolsonaro.
Isso porque, em agosto desse ano, o ator Leonardo DiCaprio anunciou que ONGs ambientais e indígenas brasileiras iriam receber U$ 5 milhões da “Earth Alliance”, uma iniciativa criada pelo ator em parceria com Lauren Jobs, viúva de Steve Jobs, e o bilionário Brian Sheth (da GWC).
O ator ainda disse que outras doações seriam recolhidas por celebridades e filantropos e que o valor de U$ 5 milhões seriam apenas o início do total que esperam para fazer um fundo permanente para financiar projetos da sociedade civil de restauração e proteção da Amazônia.
Bolsonaro, ao acusar o ator, fez referência aos quatro brigadistas presos em Alter do Chão, no Pará, que foram acusados de atear fogo na floresta. Na última quinta-feira (28), a Justiça decretou que os acusados fossem soltos.
O inquérito disse que o grupo conseguiu “logo após esse incêndio um contrato com a WWF, inclusive eles venderam 40 imagens para a WWF ao custo de R$ 70 mil para uso exclusivo. E com essas imagens a WWF conseguiu financiamentos, inclusive doações a título de exemplo, dor ato Leonardo DiCaprio que doou 500 mil dólares para a WWF auxiliar essas ONGs no combate às queimadas na Amazônia.”
Repercussão Internacional
A acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro ao ator americano Leonardo DiCaprio teve repercussão internacional. O jornal britânico The Guardian disse que as alegações do chefe do executivo brasileiro são “sem fundamento”.
Segundo o Guardian, “a acusação espúria – para a qual o presidente do Brasil não ofereceu provas – ocorreu 24 horas depois de Bolsonaro ter feito uma reivindicação igualmente sem fundamento em uma transmissão ao vivo no Facebook”.
Já o jornal americano The New York Times e a revista Time reproduziram uma reportagem da agência de notícias The Associated Press (AP), que afirma que as acusações de Bolsonaro fazem parte “de uma campanha governamental mais ampla contra grupos ambientais sem fins lucrativos que operam no Brasil”.
“Alguns membros do governo Bolsonaro argumentam que grupos da sociedade civil e leis ambientais prejudicam o desenvolvimento econômico da região”, diz ainda a nota, que também foi reproduzida pelo jornal americano The Washington Post.
O jornal argentino Clarín também ressaltou as acusações “sem apresentar provas” feitas por Jair Bolsonaro. “Entre seus questionamentos habituais a organizações não-governamentais e ativistas ambientais, o presidente do Brasil apontou diretamente contra o renomado ator”, diz a reportagem.
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