Sem dúvida, um dos temas que mais causam polêmicas e embaraço nas pessoas se dá quando se fala em Saúde.
Pauta importante em todo lugar, com alguma frequência este assunto é debatido de maneira incorreta.
Por que afirmo isso?
Em tempos onde o discurso de ódio e a demonização da política estão em alta, não é simples realizar uma análise profunda de algo tão complexo.
O mais simples é bradar palavras de ordem simples, do tipo: “todo parlamentar é corrupto” ou “odeio política”.
Como sou uma pessoa responsável, prefiro me afastar deste tipo de ideia protofascista, indo sempre à raiz do problema.
Para irmos à essência da questão, é preciso fazer um rápido registro histórico: três meses após o golpe que derrubou a presidenta Dilma, foi encaminhado por Michel Temer, o ilegítimo, ao Congresso Nacional o projeto de emenda constitucional (PEC) 241 que foi, na época, denominada de PEC do Fim do Mundo.
Para quem não se lembra, esta PEC 241 foi o tiro de misericórdia do governo golpista ao Sistema Único de Saúde (SUS), pois congelou os recursos a serem gastos com saúde (e educação) por 20 anos.
Ora, paralisar o aumento dos repasses a serem gastos com a saúde dos trabalhadores brasileiros significa o que?
Deixar desamparados 150 milhões de contribuintes que dependem exclusivamente do SUS!
Agora, um ano e meio após este projeto de lei se tornar a Emenda Constitucional (EC) 95, é possível sentir na pele os efeitos desta legislação que favorece única e exclusivamente os planos de saúde privados, pois enviar recursos federais aos municípios nos mesmos valores de 2016 significa faltar dinheiro para o básico!
Este é o cerne da questão!
Por isso tanto caos! ++Leia mais artigos da Coluna do Peixe Os mais desavisados tem se apressado em afirmar categoricamente que a saúde de nossa região é mal gerida, entretanto, esta é uma análise rasa, pois em tempos onde existe contenção de gastos pelo governo federal, deixando os municípios asfixiados pela falta de recursos, não é possível dizer absolutamente nada (nem a favor nem contra), pois a essência do problema se dá pelas ações irresponsáveis do governo federal em prejudicar os mais pobres!
É preciso um grande movimento municipalista, suprapartidário e amplo a ser feito pelos gestores públicos estaduais e municipais de modo a pressionar o presidente (golpista) Michel Temer e sua bancada no Congresso Federal a suprimirem esta emenda 95, esta é a solução real para os nossos problemas locais com a saúde, se apenas um ano e meio após a PEC da Morte está esse caos, imagina daqui a 20 anos que é o tempo que vai durar o congelamento dos investimentos?
Será que sobreviveremos?
Ou vamos virar o Haiti?
Parodiando o grande cientista francês René Descartes, é importante lembrar que não existem saídas simples para problemas complexos, quem vende ideias simplórias para resolver situações adversas difíceis, não é um propositor de soluções, mas apenas mais um oportunista que quer se dar bem enganando os mais humildes.
Saber enxergar isso é fundamental!
Até a próxima.
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