Santa Bárbara está inserida na Estrada Real e faz parte do Circuito do Ouro. Está localizada a 98 km de Belo Horizonte, aos pés do Parque do Caraça e possui um rico acervo histórico e cultural.
O mel é o principal produto industrial da cidade, que possui o maior entreposto de beneficiamento de mel de Minas Gerais e o quinto maior do Brasil. São três grandes produtores instalados na cidade: Entreposto Mackllani (Mel Santa Bárbara), Coopermel e Tanjiru.
Alguns dados sobre a apicultura no município
Mais de 200 pessoas trabalham diretamente com a apicultura;
Mais de 110 apicultores;
410 mil quilos de mel produzidos em 2006;
2 mil quilos de própolis em 2006;
5 mil quilos de cera produzidos em 2006. (Fonte: Página Rural).
Logo de início a gente já se impressiona com a casa que abriga o espaço: um belo casarão de dois pavimentos construído num terreno de pequena inclinação, em meados do século XIX, todo estruturado em taipa de pilão e adobe.
O início: O Museu da Casa do Mel
No andar debaixo funciona a loja e nós entramos por ela. Fomos recebidos por Maria Barcelos, que nos sugeriu entrar pela parte de cima, onde seríamos acompanhados por uma monitora e conheceríamos o Museu que conta a história da produção de Mel no mundo e na cidade. No jardim, veríamos as colmeias. A saída é pela loja, onde ela nos receberia novamente após o término da visita.
Uma moça na recepção nos disse que poderíamos entrar e conhecer o espaço. Não houve uma visita guiada, nós mesmo percorremos os cômodos da casa, sozinhos.
Alguns painéis na parede contam a história da produção de mel no mundo, em Santa Bárbara e vimos também alguns maquinários utilizados na produção. Contudo não havia qualquer explicação sobre eles.
A parte central da casa é onde fica a cozinha, segundo vimos em pesquisas online lá ocorrem cursos de gastronomia ligados ao mel, mas estava tudo em obra, então não tinha nada a ver por lá.
Passamos pela área externa, vimos os jardins e em poucos minutos estávamos de volta à loja. Maria se surpreendeu com a rapidez e quando soube que não houve uma visita guiada, nos levou pessoalmente para ver as abelhas, na área externa – passamos por elas sem nem notar, já que não havia qualquer indicação.
As Abelhas
São dois os tipos de Abelhas que encontramos nos jardins da Casa do Mel – Jataí e Iraí. O Mel da Jataí é Medicinal e é o mais caro.
Curiosidade: vocês sabiam que uma abelha visita 1000 flores e vive 25 dias, período em que produz 1 única colher de mel?
A Loja
Quando voltamos à Loja e fomos novamente acolhidos por Maria Barcelos aí tudo de fato, começou. Ela nos explicou de modo muito detalhado sobre a casa, o mel e seu trabalho. Ela cuida da loja e este espaço é da Associação de Produtores, enquanto a Prefeitura se responsabiliza pelo Museu.
Santa Bárbara já tem uma história antiga na produção de mel. O famoso mel “Santa Bárbara” é pasteurizado e por isto pode ser exportado – encontramos dele facilmente em várias outras cidades de Minas e até fora do Estado.
Já o Mel da Apinery e Néctar só podem ser comercializados dentro de Santa Bárbara, pois possuem somente o SIM (selo de inspeção municipal) -estes não são pasteurizados.
Enquanto falava de cada uma das marcas, Maria ia nos dando uma série de informações curiosas sobre o Mel. Ela nos contou que o Mel quando cristaliza (e fica duro) é um sinal de pureza, o mel impuro não cristaliza de modo homogêneo, mas sim “separado”. Se seu mel ficou duro e formou camadas diferentes, segundo Maria é um indicativo de que há alguma mistura ali.
As únicas formas de saber se o mel é puro é esperar e ver se ele cristaliza com o tempo ou com uma solução de Iodo 2% e água numa colher de mel: a mudança na coloração indica a pureza do produto.
Uma vez cristalizado, a forma mais indicada de fazê-lo voltar novamente ao estado mais líquido é em banho maria, mas no caso dos produtos a serem vendidos, isto não acontece, pois altera o produto. Neste caso, eles são recolhidos pelos produtores que fazem cachaça com o produto cristalizado. Nada se perde!
Notamos que alguns vidros do mesmo Mel tinham cores diferentes: O Mel mais claro é proveniente de colméias instaladas em região de menor altitude e tem sabor mais suave. O mais escuro, por sua vez, é fruto das colméias de regiões mais altas e resulta num produto com sabor mais marcante e mais rico em sais mineiras. Este seria o melhor para adoçar.
Sobre o Uso do Mel
Maria logo no início da visita faz um alerta: nunca devemos consumir Mel em jejum – por ser um alimento muito rico em glicose há risco de elevação rápido do açúcar no sangue, então o ideal é consumir de estômago cheio.
Grávidas podem usar o produto, mas crianças só a partir dos 02 anos de idade. É um antibiótico natural e excelente cicatrizante. Na loja vemos vários tipos de Mel associado com outros elementos para fins específicos.
Outros Produtos da Casa do Mel
Após o desastre da Barragem em Brumadinho e posterior alerta para a barragem de Barão de Cocais, os produtores tiveram queda expressiva na venda de seus produtos. Por isto a Associação abriu espaço para que eles pudessem vender outros produtos que não o Mel, mas derivados e produtos com alguma proximidade.
Por isto vemos também na loja licores, vinhos, sabonetes , cachaças e claro, pão de mel.
Embora a visita ao Museu tenha sido meio frustrante – tanto por não ter existido visita guiada como pela total falta de explicação dos maquinários expostos, conhecer a Loja da Casa do Mel e conversar com Maria Barcelos foi um passeio e tanto. Uma verdadeira aula sobre o Mel de Santa Bárbara!
*todas as informações deste post foram fornecidas por Maria Barcelos, da Loja da
Casa do Mel, a quem agradecemos imensamente pela carinhosa e rica acolhida.
** Nossa visita foi realizada em junho/2019.
Casa do Mel
Aberto: todos os dias
Horário: de 09 às 12 e de 14 às 17 horas
Para grupos, agendamento prévio no (31) 3832-1616