“Cuidadores precisam ficar atentos aos excessos”, diz psicóloga

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Você já parou para pensar como é a vida de uma pessoa que cuida quase que 24 horas de outra pessoa? Pois é, não deve ser fácil, pois a tarefa requer amor e dedicação, e muitas vezes abdicação de prazeres mínimos da vida, como assistir a uma televisão, por exemplo. A reportagem do Mais Minas conversou a psicóloga Anili Mancuzo, que explicou como os excessos podem acarretar em doenças do cunho emocional.

“Com certeza a carga horária pesada, o excesso de responsabilidade por cuidar de outro ser humano, o desgaste físico pelo trabalho duro podem influenciar com certeza diretamente no emocional de um cuidador. Causando muitas vezes, crises de estresse, ansiedade, depressão e até mesmo crises de pânico”, explicou a doutora Anili.

Muitas vezes quem não vive situação semelhante a do cuidador tende a não ficar muito atento ao desgaste físico e emocional que o cuidador sofre, pois o foco está no ajudado, que é a pessoa que claramente necessita de atenção especial. No entanto, o cuidador também precisa de cuidados.

É claro que cuidar de alguém, principalmente se tratando de idosos que em sua maioria são os pais dos cuidadores, é muito gratificante. Nada mais justo do que cuidar de quem um dia cuidou de você. E se tratando de portadores de necessidades especiais, que em sua maioria são os filhos dos cuidadores, além de obrigação, é uma oportunidade para desenvolvimento pessoal.

A questão é: até que ponto toda essa dedicação é saudável? Passado dos limites, ele pode prejudicar a saúde do cuidador. A sociedade precisa voltar os olhares também para essas pessoas, pois os dados são alarmantes. A Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA divulgou no ano passado (2019) que 63% dos cuidadores morrem  quatro anos antes dos cuidados.

“Sabemos o quanto o psicológico é importante para o nosso bem estar, para a nossa qualidade de vida. E não é à toa que hoje fala-se muito sobre saúde mental. A nossa resiliência e positividade está diretamente ligada a nossa saúde mental, como vemos e respondemos à vida. Tantos os contratantes dos cuidadores, como os próprios cuidadores, eles precisam ficar atentos aos excessos, ao ambiente de trabalho e principalmente respeitarem os limites uns dos outros e não se compararem, porque cada um tem o seu jeito próprio, o seu limite e a sua forma de enfrentar a vida”, finalizou Anili.

Encontre a Dra Anili Mancuzo nas redes sociais: @psicologaanilimancuzo.

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