Curativo inteligente desenvolvido na Universidade Federal Viçosa acelera cicatrização e reduz impactos ambientais

Curativo inteligente desenvolvido na Universidade Federal Viçosa acelera cicatrização e reduz impactos ambientais

Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV) desenvolveram um curativo inteligente e biodegradável que promete revolucionar o tratamento de feridas dérmicas. A tecnologia foi criada com base em polímeros naturais e combina propriedades terapêuticas com sustentabilidade ambiental, buscando substituir os curativos convencionais, geralmente fabricados com materiais sintéticos de baixa degradabilidade.

O curativo, chamado de biobandagem hidrocoloidal inteligente, é composto por quitosana, albumina e própolis verde. Esses componentes garantem ao produto biocompatibilidade, capacidade antimicrobiana, alta absorção e liberação controlada de princípios ativos. A inovação está na capacidade do material de reagir a estímulos do ambiente da ferida, como umidade, pH e temperatura, ajustando-se automaticamente para liberar os compostos cicatrizantes conforme a necessidade.

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Segundo o pesquisador Marcos Vinícius de Sousa Pereira e seu orientador, o professor Jemmyson Romário de Jesus, o objetivo foi ir além da função protetora tradicional dos curativos. O novo material é sensível às condições da pele lesionada: em casos de umidade excessiva ou aumento de temperatura, indicativos de infecção, ele libera gradualmente a própolis verde, com ação anti-inflamatória e cicatrizante. Além disso, regula o exsudado – fluido que, em excesso, prejudica a regeneração da pele.

A formulação foi alcançada por meio de otimização multifatorial e apresentou resultados promissores em testes laboratoriais. As análises mostraram que o curativo tem estrutura porosa, alta permeabilidade ao vapor d’água e liberação em duas fases: uma imediata, nos primeiros 20 minutos, e outra sustentada, ao longo do tempo. Testes de toxicidade confirmaram a segurança biológica da aplicação.

A inovação, que será patenteada com apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFV, já teve o pedido de proteção intelectual submetido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O projeto representa um avanço na busca por soluções médicas que aliam desempenho terapêutico e consciência ambiental.

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