A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, foi até a Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (19), para participar de uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da ALMG sobre a prevenção ao suicídio e automutilação de crianças e jovens. Durante a reunião, Damares comentou sobre a homenagem de receber o título de cidadã honorária do Estado e disse: “nasci mais mineira hoje”.
Essa homenagem é concedida a todos que prestaram “contribuição relevante à defesa dos direitos humanos no Brasil”. Além da ministra Damares, outras 40 pessoas serão homenageadas, dentre elas quatro pastores evangélicos, os generais Fernando Azevedo, ministro da Defesa, e Villas Boas, além de Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Segundo o deputado Carlos Henrique, a homenagem prestada à ministra é fruto de seu trabalho no ministério dos Direitos Humanos. “Damares Alves vem trabalhando no combate a toda forma de violência, preconceito, discriminação e intolerância, assim como realizando ações em prol da igualdade e do fortalecimento da família”, afirmou o parlamentar na ALMG.
Apesar de Damares ter participado da reunião na ALMG durante a tarde desta terça-feira para tratar sobre o tema prevenção ao suicídio, seu título de cidadã honorária será entregue em sessão solene, a partir das 20h, no plenário do Legislativo municipal.
Prevenção ao suicídio
A ida da ministra Damares até à ALMG parte de um requerimento proposto pelo deputado Bruno Engler, que tem como objetivo o debate de políticas públicas de prevenção e combate ao suicídio. Conforme apontam os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez suicídios podem ser evitados.
#TempoReal A ministra @DamaresAlves fala da preocupação do Governo Federal em relação ao alto índice de #Suicídio e automutilação, principalmente entre jovens e adolescentes em todo país. #AoVivo: https://t.co/VPnedmejP2 pic.twitter.com/12iy2oPAyI
— Assembleia de Minas (@assembleiamg) November 19, 2019
Damares, durante sua fala, recordou sobre seu passado falando sobre o abuso que sofreu na infância e disse: “quando esperava solidariedade, riram da minha história”, retratando que seu caso é também o que acontece com muitos outros que sofrem com depressão ou que chegaram a tirar sua própria vida.
Além de abusos sexuais, a ministra também destaca que bullying, ausência familiar e dúvidas sobre identidade sexual também são causas de suicídio entre os jovens. “Olha, o nosso foco tem sido muito a criança e o adolescente. E quando a gente conversa com essa clientela, eles repetem sempre a mesma frase ‘dor na alma’, eles estão em constante sofrimento. E olha, não é frescura, eles não estão querendo chamar a atenção. Então, o que nós entendemos é que essa geração não está sabendo lidar com seus conflitos, e nós precisamos entender esse fenômeno e encontrar mecanismos para fazer o enfrentamento ajudando”, disse Damares na ALMG.
Segundo a própria ministra Damares, 14 milhões de jovens e adolescentes (20% do total) estão se automutilando. Para diminuir esse número, a Lei 13.918 está sendo regulamentada para que as escolas e unidades de saúde tenham que notificar ao Ministério de Direitos Humanos não só os casos de suicídio, mas também, as automutilações e tentativas de suicídio.
Após a discussão, o requerimento proposto pelo deputado Bruno Engler foi aprovado e, a pedido de Damares, será realizada uma outra audiência pública, em conjunto com a Comissão de Saúde, para tratar sobre o bullying ainda nesta terça-feira.
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