A divulgação na última semana de uma recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU, gerou um ferrenho embate entre simpatizantes e críticos do ex-presidente Lula.
De um lado, a visão de que o documento deve ser cumprido imediatamente que tem caráter legal e não deve ser questionado.
Para outros, não passa de uma “sugestão” da ONU.
O documento trata de uma decisão do órgão, após a análise do processo do ex-presidente que culminou em sua condenação, apresentados pela defesa.
A ONU pede na recomendação, que seja garantido os direitos políticos de Lula, que o permita participar da disputa presidencial e garanta inclusive o direito de dar entrevistas.
É certo que o Comitê –formado por 19 especialistas, nenhum deles brasileiro- não conhece de fato a Lei da Ficha Limpa, e está apenas cumprindo seu papel de garantidor de Direitos Humanos no âmbito internacional. Há de se atentar, porém, para o fato de o Brasil ser uma democracia, com suas instituições em pleno funcionamento, e cumprindo suas funções constitucionalmente definidas com independência.
Por outro lado, cabe ao governo brasileiro, que integra a ONU, e busca status internacional, esclarecer os motivos de “fato e de direito” que levaram à condenação de Lula.
Por vias de fato, o que se evidencia é a grande polarização que vive a população brasileira.
A Nação ainda não foi capaz de chegar à uma pacificação política, principalmente em se tratando da condenação do ex-presidente.
Para a comunidade internacional, fica ainda mais difícil compreender o que se passa em nosso país.
A imagem que se tem é de um país dividido, indeciso –ás vésperas de uma importante eleição- e incapaz, ao menos por hora, de encontrar um caminho pacífico para a crise moral e política que vive.
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