Um ano que prometia melhores ares ao Atlético começou de uma forma que nem o mais pessimista torcedor esperava. Eliminado na primeira fase da Copa Sul-Americana, na segunda da Copa do Brasil, sem vencer um jogo sequer, e no quarto lugar do Campeonato Mineiro, três pontos atrás do líder, o Galo viu seu planejamento para o ano ruir e seu treinador, Rafael Dudamel, o diretor de futebol Rui Costa, e o gerente de futebol e ex-jogador do clube, Marques, serem demitidos pelo presidente Sérgio Sette Câmara, com menos de dois meses do ano.
As demissões foram confirmadas após a eliminação do Atlético para o modesto Afogados da Ingazeira-PE, que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro, nos pênaltis, pela segunda fase da Copa do Brasil, na noite de quarta-feira (26). A decisão
Rafael Dudamel chegou ao clube numa promessa de trabalho a longo prazo, visto que nos últimos quatro anos o time teve nada menos que dez técnicos diferentes, cenário muito prejudicial à equipe. Mas o desempenho ruim, somado as inconstâncias táticas e técnicas, escalações confusas, problemas com a torcida e alguns atletas e eliminações precoces que comprometeram o orçamento do time para o resto do ano, culminaram na queda do treinador com apenas dez jogos disputados. O aproveitamento do treinador foi de 53,3%, com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.
Rui Costa (diretor de futebol), Marques Batista de Abreu (gerente de futebol), Rafael Dudamel e sua comissão técnica não fazem mais parte do Clube.
— Atlético (@Atletico) February 27, 2020
Comissão técnica e diretores
Juntamente com Dudamel, sai toda sua comissão técnica, composta pelo auxiliar técnico Marcos Mathias, o preparador físico Joseph Cañas, o analista de desempenho Rodrigo Piñon e o coach motivacional Jeremias Álvarez. Todos são venezuelanos.
Quem deixa o clube também são o diretor e o gerente de futebol, Rui Costa e Marques. O primeiro chegou ao clube em abril de 2019, em meio a política de austeridade do Atlético, prometendo contratações baratas e pontuais, mas não foi o que se viu. Muitos nomes contratados, alguns bem caros, e pouco rendimento em campo. Um exemplo é o lateral esquerdo Lucas Hernández, que custou R$ 12 milhões e nunca se firmou no time, sendo, hoje, a terceira opção na posição.
Marques, por sua vez, é ex-jogador e ídolo no clube, onde trabalhou desde 2017, em diversos cargos, desde as categorias de base, até como diretor de futebol, mas sempre teve o seu trabalho muito criticado pela torcida atleticana.
Investimentos
O Atlético investiu, até agora, R$ 51 milhões na temporada, além de ter tentado contratar o venezuelano Soteldo, do Santos, por mais R$ 50 milhões. A ideia era focar na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil para fazer o time voltar a conquistar títulos e ganhar boas premiações em dinheiro. Agora, com as eliminações em ambos os torneios, resta ao Galo apenas o Campeonato Mineiro no primeiro semestre, e o Brasileirão, no segundo.
Para o jogo deste domingo, em Varginha, contra o Boa Esporte, o time será comandado por James Freitas e Lucas Gonçalves, ambos da comissão técnica fixa. O grupo se reapresenta nesta sexta-feira à tarde e já fica concentrado.
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