Sem muita tradição no futebol, a Tunísia enfrentaria dificuldades em praticamente qualquer grupo que caísse neste mundial. Mas quis o destino que a seleção africana tivesse como adversárias duas das mais fortes equipes europeias que disputarão a Copa do Mundo: França, a atual campeã e uma das favoritas, e Dinamarca, uma das gratas surpresas da última Eurocopa. Além disso, uma Austrália com experiência de mundiais completa o páreo duro.
Pela discrepância de forças entre as envolvidas, fica claro que a Tunísia entra com baixas expectativas para essa a Copa de 2022, talvez esperando não ser o saco de pancadas que todos apostam, e para isso, o treinador Jalel Kadri terá que montar fortes esquemas defensivos, talvez o maior trunfo desta seleção.
Antes de enfrentar — e ser goleada por 5 a 1 — o Brasil em um amistoso, no último dia 27 de setembro, a Tunísia vinha de oito meses sem perder, não tendo sofrido nenhum gol no período. E dentre os adversários estiveram as seleções de Chile e Japão, que apesar de não viverem seu auge técnico, possuem bons jogadores.
Caso consiga arrancar um empate com uma das favoritas, ou até mesmo uma vitória contra a Austrália, considerada a terceira força do grupo, a Tunísia pode almejar algo mais que simplesmente uma participação apagada e, dentro de suas perspectivas, fazer história.
E a grande esperança defensiva está em Dylan Bronn, zagueiro da Salernitana, da Itália, que foi expulso na goleada sofrida contra o Brasil, mas que é o ponto forte da defesa tunisiana.
A Tunísia e sua esperança ofensiva
Se a defesa é o principal trunfo para que a Tunísia alcance melhor sorte na Copa do Mundo do Catar, o ataque possui peças interessantes que, em caso de zebra, são candidatas a surpreenderem.
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O meia-atacante e camisa 10 Wahbi Khazri talvez seja a principal delas. O jogador de 31 anos tem vasta experiência no futebol europeu, tendo atuado em França e Inglaterra. Atualmente, o atleta defende o Montpellier, 14º colocado do Campeonato Francês, tendo feito dois gols e uma assistência em onze jogos.
Na última temporada, atuando também no Campeonato Francês, pelo Saint-Étienne, foram 10 gols em 30 partidas.
Outro jogador que pode ser um destaque é o meio-campista Aïssa Laïdouni, do Ferencváros, da Hungria. O jogador tem 25 anos e talvez tenha espaço em ligas mais fortes nos próximos anos.
Outro jogador do meio para frente que pode ser uma esperança da Tunísia nesta Copa do Catar é um jovem meia com nome de filme e contrato com um clube gigante da Europa: Hannibal Mejbri, de 19 anos, atua no Birmingham City, da segunda divisão inglesa, emprestado pelo poderoso Manchester United. Nesta temporada, a promessa jogou 15 jogos, dando duas assistências.
- Time base (4-3-3): Aymen Dahmen (Bechir Ben Said); Mohamed Dräger, Montassar Talbi, Bilel Ifa e Ali Maâloul; Ellys Shkiri (Ghaylen Chaaleli), Aïssa Laïdouni e Anis Slimane; Youssef Msakni, Naïm Sliti (Ben Slimane) e Wahbi Khazri (Seifeddine Jaziri).
- Técnico: Jalel Kadri
- Capitão: Youssef Msakni
- Destaque: Wahbi Khazri
- Jogos: Dinamarca (22/11); Austrália (26/11) e França (30/11).
- Prognóstico: Última colocada no grupo
- Melhores participações: 1978 (terceiro lugar no grupo)
- Ídolos históricos: Sadok Sassi e Wahbi Khazri
- Maior goleador: Issam Jemâa (34 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Sadok Sassi (110 jogos)