Mais um mês de Março se inicia trazendo junto suas águas para encerrar o verão, todos os anos são iguais não é mesmo? Nem sempre…
Neste ano de 2018 as tempestades se anteciparam para o fim de Fevereiro, algo previsto nas estações meteorológicas, mas negligenciado por muitos, em especial gestores, que pensam que a Ciência “tira da cartola” suas estimativas. Não à toa assistiu-se a uma das mais trágicas enchentes dos últimos tempos em Santa Rita, distrito de Ouro Preto.
Como dito por mim aqui nesta coluna (no dia 02 de Novembro de 2017), teríamos imensas enchentes em 2018 causadas pelas queimadas do ano passado (caso as previsões meteorológicas se confirmassem). Dito e feito: não foi por falta de aviso que assistimos mais uma calamidade pública. Foi assim em Urucânia e agora em Santa Rita. Até quando teremos que ter profetas do Apocalipse?
É realmente horrível prever estas situações, mas a pergunta que não quer calar é: por que nada foi feito antes?
Sem dúvida que a falta de educação ambiental da nossa população tem uma parcela chave de culpa, pois é graças a pessoas irresponsáveis que colocam fogo nas matas que presenciamos tristes cenas como as que aconteceram no último dia 21-02 em Santa Rita, mas não é só isso.
Onde estão os responsáveis técnicos das administrações públicas? Será que vão ficar esperando sempre o pior acontecer para dar as caras? Ordenamento territorial se faz também na prevenção de acidentes, em especial de enchentes!
É público e notório que a maior parte da área urbana de Ouro Preto se encontra em áreas de risco. Se pensarmos nas construções que ficam próximas a rios capazes de transbordar com o volume ascendente de chuva, este número de residências em situação de risco aumenta ainda mais. Por que esperar acontecer uma tragédia para se tomar providências?
Em minha opinião, tanto Mariana como Ouro Preto sofrem de falta de planejamento, não só urbano, mas de tudo mesmo. São inacreditáveis as situações que vivenciamos em nosso dia a dia graças a este problema. Será que teremos condições plenas de superar a crise financeira (ainda mais sem a mineradora responsável por parte significativa da renda de ambas as cidades) apenas com fé e ações voluntaristas? Eu duvido…
Não é hora de apontar os problemas, estes todos nós sabemos, é hora de apontar soluções, eis o desafio. Um deles, sem dúvida é o plano diretor participativo, onde estas e outras situações poderiam ser previstas, pensadas e até mesmo evitadas.
Já ouviu falar dele? Não? Na próxima quinzena eu explicarei o que é e do que se trata.
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