Por muito tempo, o Canadá era um dos países mais irrelevantes do futebol mundial, ao contrário de seus bons índices econômicos e de qualidade de vida. Nos últimos anos, no entanto, uma geração estrelada foi capaz de dar destaque à nação no esporte mais popular do mundo.
A única vez que a Seleção Canadense disputou a Copa do Mundo foi em 1986, ocasião em que não obteve sucesso, perdendo as três partidas. Mesmo com as derrotas, o momento ficou marcado, já que o país, sem tradição alguma no futebol, chegou ao maior torneio mundial da modalidade.
Mais de três décadas depois, o Canadá volta à Copa do Mundo, e com a bagagem de ter sido a melhor seleção nas Eliminatórias da Concacaf.
Geração de ouro do Canadá
Após anos de inércia dos canadenses no futebol, uma geração de jovens chegou para mudar a história do esporte no país. Alavancados pelo crescimento dos clubes locais, como Toronto FC e Vancouver Whitecaps, que disputam a Major League Soccer – campeonato dos Estados Unidos -, bons valores passaram a ser revelados, dando esperança de dias melhores para os moradores do país fãs de futebol – por mais que não fossem tantos.
Quem puxou a fila foi Alphonso Davies, ala-esquerdo de 22 anos, titular absoluto do Bayern de Munique. Veloz como um raio, o jogador nascido em Gana e que migrou pro Canadá ainda criança, como refugiado, iniciou sua carreira no Vancouver Whitecaps, e logo chamou a atenção dos gigantes alemães.
Por sua qualidade acima da média, Davies joga no sistema ofensivo do Canadá, sendo uma das referências da equipe quando o assunto é criar jogadas de perigo. Sua estreia com a camisa nacional foi em 2017, com apenas 16 anos. Desde já, o atleta demonstrava ser um fenômeno.
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Além dele, a equipe comandada por John Herdman deposita muita expectativa no atacante Jonathan David, também de 22 anos, e que defende o Lille-FRA, sendo a contratação mais cara da história do clube – 30 milhões de euros. David pode atuar tanto como referência no ataque quanto uma peça de mobilidade mais recuada, na armação. Pela seleção, ele exerce a função de segundo atacante, já que Cyre Larin é o homem de área.
A convocação dos 26 canadenses conta, em sua maioria, com jogadores do futebol europeu e da Major League Soccer.
Grupo complicado
O sorteio colocou o Canadá no Grupo F, diante de Bélgica, Croácia e Marrocos. Por conta da dupla europeia, a equipe da América do Norte não é favorita à vaga, além do bom time marroquino, que conta com nomes de destaque. Entretanto, dentro de campo, tudo pode acontecer e, para isso, os Canucks apostam em um esquema que priorize a velocidade e a força física de seus homens de frente.
Diferentemente de 2018, Bélgica e Croácia não vivem seus melhores momentos, e passam por situação de entressafra.
- Time base (3-5-2): Borjan, Johnston, Vitória, Miller; Buchanan (Laryea), Eustáquio, Hutchinson (Kaye), Davies, Adekugbe; Larin e David.
- Técnico: John Herdman
- Capitão: Atiba Hutchinson
- Destaque: Alphonso Davies
- Jogos: Bélgica (23/11); Croácia (27/11) e Marrocos (1/12).
- Prognóstico: Terceiro colocado no grupo
- Melhores participações: 1986
- Ídolos históricos: Atiba Hutchinson, Julian de Guzman e Cyre Larin
- Maior goleador: Cyre Larin (25 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Atiba Hutchinson (98 jogos)