Dentre as seleções que nunca venceram a Copa do Mundo, o México aparece como uma das mais tradicionais, por conta de sua alta frequência na competição, além de feitos marcantes. A seleção, por outro lado, nunca conseguiu superar a barreira das quartas de final, o grande objetivo para 2022.
As melhores campanhas do México em Mundiais foram em 1970 e 1986, justamente quando o país sediou as edições, chegando às quartas de final. De 1994 em diante, La Tri jogou todas Copas do Mundo, ficando, de forma impressionante, nas oitavas de final em todas elas.
Algumas eliminações tiveram requintes de crueldade e são sentidas até os dias atuais pelo povo mexicano. Em 94, a equipe caiu para a Bulgária nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo real. Quatro anos depois, o algoz foram os alemães, que venceram por 2 a 1, mas só chegaram ao gol da vitória aos 41 minutos da etapa final, com Bierhoff. Outras duras eliminações aconteceram em 2006, para a Argentina, somente na prorrogação, em 2014, diante da Holanda, de virada, com dois gols no apagar das luzes.
Tantas decepções fizeram o México ser conhecido como a seleção do quase, que sempre jogava como nunca, e perdia como sempre. A população de 130 milhões de pessoas, uma das mais apaixonadas por futebol no mundo, sonha com a quebra da maldição no Catar.
Ochoa: De quatro em quatro anos, ele aparece
O goleiro Guillermo Ochoa passa longe de ser um dos grandes da posição no futebol mundial, mas com atuações históricas nas Copas de 2014 e 2018, o arqueiro de 37 anos entrou para o folclore do esporte como um dos grandes personagens recentes de Mundiais. No Brasil, Ochoa ganhou notoriedade ao fechar o gol contra a Canarinho e garantir o 0 a 0, no Castelão.
Já veterano, Ochoa tem a missão de manter viva a chama de sua mística em Copas do Mundo. Provável titular do time de Tata Martino, o camisa 01 será um dos responsáveis pelo possível sucesso dos mexicanos no Catar.
Inicialmente, a equipe deve disputar a segunda vaga do Grupo C com a Polônia, dado o favoritismo da Argentina e a fragilidade da Arábia Saudita.
Desfalques na frente
Tata Martino tem baixas importantes para escalar a equipe, que atua em 4-3-3, aproveitando da velocidade e de um jogo ofensivo. O versátil Tecatito Corona (Sevilla-ESP) ficou de fora da convocação final, lesionado. O jogador seria peça importante na engrenagem de La Tri.
Outro desfalque será o atacante Javier “Chicharito” Hernández. O ex-Real Madrid e Manchester United não é convocado desde 2019 quando, segundo a imprensa mexicana, levou prostitutas à concentração da seleção, que se preparava para os jogos. A atitude de indisciplina incomodou jogadores e a comissão técnica, que não mais chamou a estrela.
- Time base (4-3-3): Guillermo Ochoa (América-MEX); Jorge Sánchez (Ajax-HOL), Nestor Araújo (América-MEX), Héctor Moreno (Monterrey-MEX) e Gerardo Arteaga (Genk-BEL); Edson Álvarez (Ajax-HOL), Andrés Guardado (Bétis-ESP) e Héctor Herrera (Atlético de Madrid-ESP); Hirving Lozano (Napoli), Aléxis Vega (Chivas-MEX) e Raúl Jiménez (Wolverhampton-ING).
- Técnico: Gerardo ‘Tata’ Martino
- Capitão: Andrés Guardado
- Destaque: Hirving Lozano
- Jogos: Polônia (22/11); Argentina (26/11) e Arábia Saudita (30/11).
- Prognóstico: Disputa pela segunda vaga do grupo
- Melhores participações: 1970 e 1986 (quartas de final)
- Ídolos históricos: Hugo Sánchez, Jared Borghetti e Cuauthemoc Blanco
- Maior goleador: Javier ‘Chicharito’ Hernández (52 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Andrés Guardado (179 jogos)