A internet e as redes sociais tem sido ferramentas de propagação de notícias e circulação de conteúdo, sendo responsáveis pela ampliação do espaço público para o exercício da participação direta do cidadão em discussões e deliberações de interesse comum.
Com o horário eleitoral reduzido, muitos dos candidatos têm apostado nas redes sociais como um diferencial para tentar converter os usuários a uma posição política. Por isso acredita-se que neste ano de 2018, as redes sociais desempenharão papel de destaque na corrida eleitoral. Conheça quatro estratégias em alta que estão sendo utilizadas nas redes sociais nesta campanha eleitoral de 2018 e entenda como cada uma delas é utilizada para tentar te convencer.
Anúncios patrocinados no Facebook
Esta é a primeira eleição no Brasil em que a lei permite que candidatos paguem para as plataformas de redes sociais impulsionarem seus posts. Entretanto é preciso seguir algumas regras que estão previstas na Lei 9.504/1997 (conhecida como Lei das Eleições): o anúncio deve estar identificado de forma clara; o anuncio só pode ser contratado por partidos, coligações e candidatos e seus representantes, e só apenas ser feito com o fim de promover ou beneficiar candidatos e suas agremiações.
Com base em tudo o que você faz na rede, o Facebook consegue traçar seu perfil e seus gostos pessoais. Com isso, cada anunciante – neste caso, candidato – pode direcionar o post patrocinado de acordo com o público que ele acredita alcançar nas urnas.
Influenciadores e hashtags no Twitter
No Twitter, dois aspectos são visados nas eleições: a força das hashtags (palavras-chave) entre os assuntos mais comentados e o discurso de “influenciadores”, pessoas muito populares que podem ajudar no sobe-e-desce dos temas e conversas nas redes.
Emplacar uma hashtag nos trending topics (a lista do Twitter de temas em alta) é sinal de sucesso. Mas, se a ação tem que ser rápida, há um planejamento bem anterior.
Um candidato ou partido pode pagar para que usuários influentes declarem apoio e espalhem suas mensagens nas redes sociais? A lei eleitoral só permite publicidade na internet no caso de candidatos pagarem o impulsionamento às próprias redes sociais. Pode-se considerar então que esse pagamento a influenciadores não é permitido.
Nesse caso, a multa pode ser de R$ 5 mil a R$ 30 mil, podendo ser aplicada tanto à pessoa que fez a publicidade irregular como para o candidato e o partido que fez o pagamento.
Listas de transmissão no WhatsApp
“Você pode adicionar meu número no seu telefone?”
A pergunta acima parece inocente, mas sua agenda pode se tornar a fonte alegria de um candidato ou divulgador. Isso pode permitir que eles enviem a você mensagens por listas de transmissão no WhatsApp.
Lista de transmissão é um recurso que permite a uma pessoa enviar a mesma mensagem para até 256 contatos. A mensagem vai chegar apenas para quem tiver o número de quem enviou na agenda de contatos. É uma forma de o app evitar spams (os envios em massa indesejados) e ter certeza de que quem está nas listas quer mesmo receber as mensagens. Portanto, não se assuste se ao ler “salva meu contato aí” nos próximos meses.
Vídeos virais de candidatos “lacrando” ou “mitando”
Você já deve ter visto um vídeo assim passar na sua timeline: “Fulano diz tal coisa e sicrano HUMILHA na resposta”. Ou “Fulano DESTRÓI sicrano no debate”.
Geralmente são vídeos curtos editados pela equipe ou simpatizantes do candidato, e raramente explica o contexto da tal conversa.
As lacradas ou mitadas em vídeo, sejam de políticos de esquerda, direita ou centro, estão por todos os lados. É comum que propagandas eleitorais na TV tenham esses supostos momentos de vitória do candidato e vergonha do adversário tirados de debates.
Um ponto em comum destes vídeos é o fato de terem um baixíssimo tempo de diálogo. A recomendação ao eleitor, claro, é procurar o contexto original e o vídeo completo da tal disputa.
No caso de um vídeo – ou qualquer conteúdo – tão alterado a ponto de criar uma informação falsa sobre outro candidato, a Justiça Eleitoral pode ser acionada.
Ao tomar conhecimento das principais estratégias utilizadas pelos candidatos, é comum que surjam questionamentos sobre qual destas estratégias irá funcionar melhor, ou que candidatos vão investir mais a cada uma delas e como os eleitores irão reagir. Além disso, nos casos em que haja irregularidades, como a Justiça deverá agir nesta nova modalidade da campanha eleitoral?
Estas perguntas demandarão tempo para serem respondidas, mas há estudiosos do marketing político que afirmam que a possibilidade do uso das redes sociais para fins eleitorais poderá ser mais efetiva quando se conectar ao que acontece fora delas e os debates e as sabatinas serão muito visados, podendo gerar reações espontâneas nas redes.
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