Com muito pop e muito funk, o baile da @bsurda agitou o palco festa da Virada Cultura, no domingo (21). A diversidade não ficou somente na música e alcançou também a plateia. Além do tradicional público LGBT, a festa promovida pelo @bsurda levou para as ruas da Praça da Estação adultos, crianças, jovens e famílias inteiras.
Conhecida como uma festa sem frescuras, @bsurda surgiu a partir da ideia de promover um evento que tocasse de tudo, uma junção de vários ritmos. O conceito deu certo e começou a chamar a atenção do público nas boates e casas noturnas de Belo Horizonte.
Agora, a festa faz um movimento contrário e começa a invadir as ruas da capital. O fundador e produtor da @bsurda, Ed Luiz falou um pouco sobre esse movimento.
“A gente tem uma história muito legal, a gente saiu do lugar fechado e foi para o lugar aberto. Acabou que o público se identificou muito com isso, a prova disso é isso aqui hoje [se referindo ao número grande de público durante o evento]. Até quando vamos para lugares maiores, como a gente fez no ano passado no Mineirão, a gente consegue tirar o público do lugar fechado, convencional e levar para rua. Isso pra gente é maravilhoso, a gente não esperava que tivesse essa aceitação tão grande igual está tendo”.
Matheus Rodrigues, de 21 anos, prestigiou a festa @bsurda na Virada Cultural. Ele salientou sobre a inclusão promovida para o público LGBT ao incluir na programação a festa de forma gratuita.
“Eu acho importantíssimo o evento ser algo gratuito. Geralmente quando tem uma festa LGBT em baladas, costuma ser uma coisa muito cara. Dessa forma, quando tem uma coisa aberta ao público gratuito e nas ruas, a gente vê que tem uma movimentação muito maior de pessoas”.
Sobre o assunto, Ed Luiz informou que a @bsurda se preocupa em tentar tornar a festa o mais acessível possível.
“Tanto nos lugares fechados como nos abertos, a gente tem uma preocupação em ter um preço acessível. A gente sabe que o nosso público não tem condições de pagar um preço mais alto”.
Portanto, Ed ainda afirmou que recebe um retorno do público em relação a gratuidade. “Quando a gente vem para a rua acontece da gente receber um feedback. As pessoas dizem: nossa que legal eu não tenho condições de ir a uma festa paga, mas quando vocês vão para a rua, eu tenho a oportunidade de ir” concluiu o produtor.
Muita dança
Durante a festa da @bsurda, o público não para de dançar nem por um minuto, a não ser quando dançarinos invadem a cena. Durante o evento na Virada Cultural, foi aberto um espaço em frente ao palco onde vários dançarinos fizeram diversas apresentações. Eles misturando ritmos e deixaram o público hipnotizado com as performances.
Ester, de 17 anos é dançarina afro e se apresentou na festa @bsurda deste domingo. Ela falou ao Mais Minas sobre as oportunidades que o evento proporcionou.
“Participar desse movimento LGBT foi um prazer porque ele dá oportunidade para muitas pessoas da periferia mostrar seu talento e isso é muito importante. Muitos jovens perdem seus talentos por falta de oportunidade”.
Ester também falou um pouco sobre como foi se apresentar na @bsurda.
“Foi muito bom, a energia foi muito boa e eu espero que aconteça mais vezes” afirmou a dançarina.
Protesto
Durante a parada LGBT que aconteceu no dia 14 deste mês em BH, o prefeito Alexandre Kalil fez um belo discurso sobre o respeito aos LGBTs. Porém, ele vetou uma apresentação intitulada de “Coroação da Nossa Senhora dos Travestis” que aconteceria durante a Virada Cultural.
O fato gerou diversos protestos contra o prefeito durante a Virada, e na festa @bsurda não foi diferente. A convidada especial Lazara, como forma de mostrar indignação ao fato, rezou junto com o público da Praça da Estação, a “Oração de Nossa Senhora das travestis”.