Guilherme Boulos faz apelo pelos desalojados em Ouro Preto: “Precisamos defender as pessoas”

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Apesar do volume de chuva ter dado uma trégua, Ouro Preto ainda sofre com as consequências do alto volume pluviométrico que caiu na cidade no início do mês. Com pessoas que perderam suas casas ou que vivem em área de risco, o município já contabiliza 462 desalojados e 33 desabrigados.

Com a situação de calamidade, o membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, gravou um vídeo fazendo um apelo para as autoridades sobre a situação das famílias que estão sem suas casas em Ouro Preto.

Guilherme Boulos faz apelo pelos desalojados em Ouro Preto: "Precisamos defender as pessoas"
Foto: Facebook/Guilherme Boulos

“Ouro Preto está passando por uma das maiores tragédias da sua história. Com as chuvas, os desabamentos e deslizamentos, muita gente desabrigada. Semana passada teve a queda de um casarão histórico que levou uma comoção nacional. Claro, nós precisamos defender os prédios históricos, mas nós precisamos também defender a vida das pessoas e isso tem gerado muito menos atenção. Gente que foi tirada de suas casas sem nenhuma alternativa, gente que está ameaçada por outros deslizamentos em áreas de risco e até agora o governo Romeu Zema, governador de Minas Gerais, não fez nada para atender as famílias de Ouro Preto”, disse Guilherme Boulos.

Veja o vídeo:

Vídeo: Facebook/Ocupação Chico Rei

O líder do MTST, ainda, ressaltou o fato da Vale ter uma dívida por compensações ambientais no valor de R$ 300 milhões com Ouro Preto e sugere que o dinheiro seja destinado para atender as famílias que estão sem casa na cidade. A reportagem do Mais Minas entrou em contato com a Vale e aguarda esclarecimentos sobre essa informação.

“A situação é de calamidade, muita gente sem teto, muita gente desesperada em Ouro Preto. Nós precisamos estar ao lado dessas famílias, o MTST está ao lado dessas famílias e eu quero fazer esse apelo para todas as autoridades, para a prefeitura, para o governador Romeu Zema e para o Governo Federal. Chega de descaso, atendam as famílias sem teto, que estão sem moradia e as que e estão em risco na cidade de Ouro Preto para a gente não ter uma tragédia ainda maior”, finalizou Guilherme Boulos.

Diferente das cidades vizinhas — Mariana e Itabirito, a Prefeitura de Ouro Preto ainda não anunciou nenhum auxílio para as famílias que estão, no momento, sem suas casas. Por outro lado, o Governo de Minas Gerais anunciou R$ 36 milhões para a recuperação e proteção dos patrimônios históricos da cidade. Além disso, o Estado também lançou o plano Recupera Minas, que destinará R$ 603 milhões em recursos estaduais para medidas imediatas ou de rápida implementação. Dentro desse programa, há o pagamento emergencial de um auxílio de R$ 1.200, divididos em três parcelas, aos desabrigados e desalojados no estado. Serão investidos R$ 78 milhões, devendo beneficiar cerca de 60 mil pessoas. 

Também haverá a destinação de R$ 182 milhões para a construção ou reconstrução de moradias populares em localidades afetadas pelas chuvas. Os recursos estarão disponíveis via financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) às prefeituras. 

Além disso, o Governo de Minas realizou o pagamento de R$ 130,1 milhões para 332 municípios mineiros que tiveram o decreto de emergência reconhecido pelo Estado em decorrência das fortes chuvas, como é o caso de Ouro Preto.

Ações da prefeitura

O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV), recebeu o embaixador da Itália, Francesco Azzarello e, no último domingo, 23 de janeiro, o chefe do poder Executivo municipal disse que a cidade está “em plena forma”.

“A volta ao normal é uma construção de todos. Cada um colabora de uma maneira. Nós reabrimos a 356, que liga Ouro Preto a Belo Horizonte, estamos trabalhando para abrir a MG-129 e vamos retomando as atividades. A presença do embaixador da Itália em Ouro Preto mostra para toda a comunidade brasileira, através dos meios de comunicação, que a cidade está em plena forma e funcionando muito bem. É um polo central do turismo. Exatamente em janeiro, que é a alta temporada do turismo no Brasil”, disse.

Na internet, muitos moradores de Ouro Preto reprovaram a fala de Angelo Oswaldo, rendendo até memes nas redes sociais.

Foto: redes sociais
Foto: redes sociais

O secretário de Governo de Ouro Preto, Yuri Borges Assunção, disse ao MM que as ações do Município ainda são as que estavam planejadas no Plano de Contingenciamento do Município para a crise em razão das chuvas intensas.

“Em um primeiro momento, as ações foram preventivas. Retirar todas as famílias que estavam em situação de risco iminente. No cenário atual, a Defesa Civil está visitando a residência de todas as famílias retiradas para avaliar se podem ou não retornar para o imóvel. Então, quando o Município estiver com esses dados em mãos, do total de famílias que não terão como voltar para casa, será possível definir quais ações serão tomadas, a curto prazo, como alguns benefícios eventuais, ou a médio e longo prazo, que será um grande programa habitacional para essa família”, informou Yuri.

Ainda segundo o secretário de Governo de Ouro Preto, Angelo Oswaldo já definiu com os secretários que trabalharão no problema habitacional no município e que se trata de uma prioridade da administração municipal.

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