O Instagram começou a implementar uma nova experiência voltada exclusivamente para adolescentes no Brasil. A chamada Conta de Adolescente traz mudanças significativas no uso da plataforma por menores — entre elas, a proibição de transmissões ao vivo (lives) para esse público. A iniciativa é parte de um pacote de medidas de segurança da Meta, que já está sendo ativado gradualmente no país.
Entre as principais novidades, a conta passa a ser privada por padrão para novos usuários adolescentes. Isso significa que apenas seguidores aprovados poderão ver e interagir com o conteúdo postado. Também foram ampliadas as restrições de mensagens diretas, marcações e menções, além da aplicação automática de filtros contra linguagem ofensiva.
Outro destaque da nova política é a restrição de conteúdo sensível, como imagens de violência, procedimentos estéticos ou temas como suicídio e automutilação. Adolescentes também passam a receber alertas após 60 minutos de uso diário e notificações são silenciadas entre 22h e 7h por meio do Modo de Descanso.
A supervisão dos pais ganhou novos recursos. Agora, responsáveis podem definir limites de tempo de uso, bloquear o acesso ao app em horários específicos e visualizar com quem os filhos se comunicaram na última semana — sem acesso ao conteúdo das mensagens. Jovens menores de 16 anos só poderão alterar as configurações de proteção com aprovação dos pais, via ativação da supervisão parental.
A Meta reforça que vem desenvolvendo essas mudanças com base em preocupações crescentes sobre a segurança on-line de adolescentes. A empresa já investiu mais de US$ 20 bilhões em proteção desde 2016 e conta com cerca de 40 mil profissionais dedicados ao tema. A medida também responde à dificuldade enfrentada por pais em acompanhar o uso de múltiplos aplicativos — segundo a pesquisa TIC Kids On-line, dois terços dos responsáveis no Brasil não utilizam filtros ou controles para limitar o acesso a apps.
A empresa defende ainda uma regulamentação unificada para todas as plataformas digitais, propondo que a verificação de idade e o consentimento parental sejam exigidos já nas lojas de aplicativos. O objetivo é estabelecer um padrão mais eficaz de proteção e reduzir a sobrecarga sobre as famílias.