Cruzeiro – O que faz um time vencedor? Bons jogadores, treinador inteligente, torcida presente, investimento, certo? Corretíssimo. Mas sempre acreditei em algo mais. Grande parte dos times que vi levantarem taças tinham um ou outro jogador decisivo, que crescia nos grandes momentos e sempre aparecia na hora do “vamo ver”, tanto no futebol nacional, quanto no internacional. Alguns desses atletas eram mais “talismãs” como Romarinho, no Corinthians de 2012, outros “iluminados”, como Sergio Ramos nas decisões do Real Madrid. E tinham aqueles que eram craques que não se escondiam nos momentos cruciais, chamavam o jogo e falavam: “Eu resolvo!” Como era o caso do meia Alex, O Talento Azul.
E desde o nosso camisa 10 da Tríplice Coroa, eu sentia falta desse tipo de jogador no Cruzeiro. A equipe celeste desde então chegou forte na disputa de títulos, principalmente em mata-matas, inúmeras vezes, mas só foi conseguir levantar um caneco desse tipo de competição no ano passado (2017), na Copa do Brasil. Claro que esse jejum de conquistas implica em muitos fatores e variáveis, mas tendo a acreditar que a falta de jogadores decisivos teve boa parcela de contribuição nesse período sem troféus.
O Cruzeiro sempre chegava, disputando finais e fases avançadas de competições, muitas vezes com equipes superiores aos adversários. Mas, no momento crucial, ninguém aparecia e “colocava a bola embaixo do braço”. Mesmo grandes jogadores, em grande fase, que passaram por aqui, como: os atacantes Kléber, Marcelo Moreno, Fred e os meias Ricardo Goulart, Montillo, Éverton Ribeiro, Ramires, entre outros, não conseguiam ser o diferencial para levar o time aos títulos.
Só que agora tudo parece ter mudado. Como venho frisando aqui e aqui, hoje o Cruzeiro tem dois jogadores que parecem terem nascidos para jogar partidas decisivas. São eles os meias Giorgian de Arrascaeta e Thiago Neves. Ambos os atletas sempre crescem nos momentos mais importantes do clube, desde que este passou a ter um time competitivo, no ano passado.
Em 2017, Thiago Neves apareceu ao marcar o gol que viria a ser o da classificação contra o São Paulo na Copa do Brasil, marcou no jogo de ida contra o Palmeiras nas quartas e bateu os pênaltis derradeiros contra o Grêmio nas semis e Flamengo, na final. Já Arrascaeta apareceu para fazer aquele que é considerado o gol do título, no jogo de ida da final, contra o Flamengo, no Maracanã.
Em 2018, os dois foram primordiais na conquista do Campeonato Mineiro, sendo os autores dos gols da final. Além de liderarem o Cruzeiro na classificação para a fase de mata-mata da Copa Libertadores, após péssimo início na competição. Foram quatro gols do camisa 30 e um do camisa 10 nos últimos três jogos da fase de grupos. E agora, um gol de cada no jogo de ida das oitavas do Libertadores, fora de casa, contra o Flamengo.
E ter jogadores com essas características no elenco me tranquiliza muito para as decisões que estão por vir. Tática, investimento, estudo, são sim primordiais na busca por troféus em mata-matas. Mas um pouquinho de estrela não faz mal a ninguém. Por isso eu digo, não provoquem meus garotos, pois eles decidem.