Daniel Drovet, natural de Belo Horizonte e residente em Ouro Preto, no Distrito de Cachoeira do Campo, é um verdadeiro exemplo de dedicação e inspiração. Bombeiro Civil, Médico Veterinário, Brigadista Florestal e Socorrista Animal, Daniel possui um vasto conjunto de habilidades que ele aplica em seu trabalho voluntário, especialmente em situações de desastre.
Missão no Rio Grande do Sul: Enchente Sem Precedentes
Recentemente, Daniel esteve no Rio Grande do Sul, respondendo a uma tragédia de proporções catastróficas. A região sofreu uma enchente maior do que a histórica de 1941, com o nível da água subindo até 4,78 metros, desta vez, foi acima dos 5 metros. A combinação de um ciclone extratropical e chuvas intensas fez o Rio Guaíba transbordar, resultando em uma destruição generalizada.
Daniel é membro do GRAD – Grupo de Resposta a Animais em Desastres, uma organização com cerca de dez anos de existência, conhecida por atuar em calamidades como as de Mariana, Brumadinho e Petrópolis. O GRAD é acionado por autoridades como a Polícia Ambiental e a Defesa Civil e opera exclusivamente com voluntários dedicados a salvar vidas.
Enfrentando Desafios em Nome da Vida
Durante a operação de resgate no Rio Grande do Sul, Daniel relatou que enfrentaram inúmeros desafios. Em uma das missões mais árduas de sua carreira, ele e sua equipe de aproximadamente 30 integrantes montavam e desmontavam um hospital improvisado diariamente, trabalhando incansavelmente para atender animais e humanos afetados. A equipe conta com 60 integrantes, na qual estão realizando o revezamento para ajudar ao Estado do Rio Grande do Sul.
Drovet relatou que a devastação era evidente: corpos de animais e pessoas flutuavam na água, muitas casas foram destruídas e a tristeza era palpável. Em um dia típico, a equipe resgatava entre 20 a 30 animais, muitos deles assustados e feridos, o que aumentava o risco para os Socorristas. Além disso, doenças de pele causadas pela água contaminada eram uma preocupação constante.
A Equipe está em 8 pontos no Rio Grande do Sul, pontos como Canoas, Porto Alegre e demais regiões atingidas. Segundo Daniel, um dos momentos mais difíceis por lá foi assistir os corpos de animais e de humanos sobre a água, uma momento de muita tristeza, principalmente de idosos e de crianças que não conseguiram reagir e os animais de pequenos e grandes portes, além muita tristeza em ver as casas das pessoas sendo acabadas.
Experiências de Resgate e Determinação
Daniel também compartilhou suas experiências em outros casos notáveis, como o resgate de mais de 1800 búfalos abandonados em Brotas, São Paulo, e de inúmeros bezerros em Cunha. Quando questionado sobre a possibilidade de desistir, Daniel afirmou que nunca considerou essa opção, mesmo diante de condições extremas e desafios diários. A gratidão e o apoio de sua equipe foram fundamentais para continuar.
Sentimentos e Apelo à Solidariedade
Apesar das dificuldades, Daniel expressa um sentimento de gratidão por poder ajudar, mas também tristeza ao ver tantas pessoas e animais sofrendo. Ele apela à solidariedade e pede a quem puder que contribua, destacando que a recuperação pode levar de 6 a 8 meses.
O trabalho de Daniel Drovet e do GRAD é um testemunho da compaixão e coragem humanas. Em tempos de crise, a dedicação desses voluntários é crucial para salvar vidas e oferecer esperança a comunidades devastadas. Daniel nos lembra que, mesmo nas situações mais sombrias, a solidariedade e o espírito de ajuda mútua podem fazer a diferença. Ele finaliza pedindo orações e qualquer tipo de ajuda possível para aqueles que perderam tudo.
Em resumo, a jornada de Daniel Drovet é uma mistura de gratificação e tristeza, refletindo o espírito resiliente daqueles que se dedicam a salvar vidas em meio às tragédias.