Assistimos dia 10/08 em Ouro Preto uma audiência pública realizada pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF) para apresentar a população do entorno do Parque Estadual do Itacolomi (PEIT) a proposta de concessão que o governo do estado está preparando para o local.
Como se não bastasse a ausência da gestão Zema ao longo de todo este tempo no Itacolomi, a nova surpresa que o governador nos traz é colocar na mão da iniciativa privada algo que é nosso, ou seja, querem tirar do povo de Ouro Preto e Mariana uma de suas maiores riquezas naturais e entregar, na prática, pasmem, para a Vale, famosa mineradora atuante na região.
Os servidores comissionados do IEF chegaram ao ponto de justificar essa ideia absurda sob o argumento de que tal cessão aumentaria os investimentos em ecoturismo e geração de emprego e renda para os moradores do entorno, esquecendo que é exatamente a incompetência administrativa destes mesmos senhores que deixa o PEIT como está hoje, literalmente ao “Deus dará”.
Temos apenas quatro funcionários efetivos na localidade, o que inviabiliza qualquer programa sério de gestão, afinal nem gente tem para conseguir gerenciar o local, ou seja, deixam o Parque jogado às traças para depois chegar com s solução mágica de entregar para os patrocinadores da campanha para a reeleição a governador de Romeu Zema um importante ativo ambiental.
Neste ponto a comunidade se fez presente (e muito bem presente), tanto os membros da Secretaria de Meio Ambiente de Ouro Preto e Mariana se mostraram contrários à ideia como também os movimentos sociais, em especial militantes da Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto (FAMOP) e da Associação de Bairro do Distrito de Passagem de Mariana.
Questionamentos importantes como a origem da maior parte dos recursos hídricos que vão para Mariana não foram respondidos, bem como a antiga reivindicação de uma portaria de entrada na cidade, que representa cerca de 70% da área do PEIT, algo até hoje não resolvido.
Além disso, o tema sempre mais polêmico é o direito a entrada gratuita dos moradores do entorno no PEIT, algo ainda não resolvido, afinal se hoje já não há mais uma política de gratuidade com sua gerência pelo Estado, que garantia teremos que haverá sob gestão da iniciativa privada que só visa o lucro?
É triste ver que Minas Gerais segue na contramão do planeta, onde as concessões e privatizações estão sendo revistas exatamente por não trazerem nem a curto e nem a médio prazo retorno para a população, ou seja, o contribuinte é quem mais segue sendo vítima do ultra liberalismo de Zema e seus lacaios, que transformaram a terra dos inconfidentes em uma terra sem lei e a serviço da iniciativa privada!