Figuras encapuzadas, de preto da cabeça aos pés, levando tochas que iluminam as estreitas ruas de paralelepípedos. A cena poderia facilmente pertencer a uma série de TV, mas, para quem estiver em Ouro Preto no dia 09 de abril, Quinta-feira Santa, será realidade. Trata-se da Procissão do Fogaréu, tradição retomada em 2019, após mais de 100 anos sem registros na cidade.
“É uma procissão belíssima, diferente de todas as outras, e que tem uma dinâmica muito característica, já que retrata a perseguição a Cristo. Nossos hóspedes nunca haviam visto algo parecido e ficaram encantados”, conta Renata Pereira, proprietária da Pousada do Ouvidor, por onde passa a Procissão do Fogaréu.
A procissão acontece à noite e percorre ruas de um dos bairros mais antigos da cidade, o Antônio Dias, depois de sair da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, bem ao lado da Praça Tiradentes. Nela, é encenada a prisão de Cristo no Jardim das Oliveiras e tudo termina na Capela de Nossa Senhora das Dores.
Os responsáveis pelo resgate da tradição e realização da Procissão do Fogaréu acreditam que este ano será ainda melhor. Para Mauro Francisco de Souza e Silva, um dos organizadores, o engajamento da população e o brilhantismo da procissão superaram as expectativas em 2019. “Acredito que haverá uma participação ainda maior este ano. É muito emocionante. Quem participa parece estar vivendo naquela época”, diz Mauro.
João Sacramento, idealizador e organizador, destaca que alguns ajustes deixarão a procissão ainda mais interessante este ano. “Alteramos parte do itinerário e isso permitirá aos participantes, especialmente turistas, experimentar diferentes experiências e sensações durante o trajeto”, diz ele.
Experiências essas que só a atmosfera de Ouro Preto, com sua arquitetura barroca e ladeiras rústicas, permite aos fiéis e turistas vivenciar.
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