A próxima festa de Santo Antônio em Glaura, distrito de Ouro Preto (Região Central), poderá ser celebrada dentro da Matriz do padroeiro.
A possibilidade foi apontada pela superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) em Minas Gerais, Célia Corsino.
Isso dependeria apenas do sucesso da licitação para a fase final das obras, prevista para agosto, e da liberação de recursos.
Nesta quarta-feira (26/6/19), durante visita da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao canteiro de obras, Célia Corsino enfatizou que a Matriz pode ser reaberta para o uso da comunidade antes da restauração dos elementos artísticos, obra mais demorada.
Esse trabalho, então, seria feito em uma espécie de ateliê aberto.
A conclusão de toda a restauração, no entanto, depende da liberação de R$ 3 milhões, já assegurados pelo governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas.
O deputado Bosco (Avante), presidente da comissão, anunciou uma mobilização, inclusive com visita a Brasília, para garantir a verba.
Em andamento – Por ora, a igreja passa pela primeira fase de restauração, que compreende obras emergenciais, como a instalação de dutos de drenagem em todo o perímetro da construção; o rebaixamento do piso, com retirada das cerâmicas, também para conter umidade; a estabilização da estrutura e a troca do telhado, além da revisão de para-raios.
Fendas e trincas também foram preenchidas.
Essa etapa foi iniciada em dezembro de 2018 e deve ser concluída no próximo mês de setembro, ao custo de R$ 1,44 milhão.
Os recursos vieram de uma medida compensatória da mineradora Vale.
Há, ainda, projetos complementares, como elétrico, luminotécnico e de incêndio, financiados pela prefeitura de Ouro Preto, conforme detalhou o chefe do escritório do Iphan no município, André Macieira.
Segundo ele, as obras em curso contaram, ainda, com monitoramento arqueológico, já que o local da igreja foi usado como cemitério, como é costume em algumas regiões do País. “Na próxima fase, vamos voltar com o piso de madeira, ventilado, faremos a pintura, a restauração dos elementos artísticos e o forro”, completou.
Também será instalado sistema de controle de movimentação da estrutura.
Igreja está fechada desde 2016 O deputado Bosco elogiou a condução dos trabalhos e lembrou visita da comissão ao local em 2017, quando a igreja, interditada um ano antes, estava escorada e com risco de desabamento. “Àquela época, eu já percebia a união da comunidade e a apreensão quanto ao futuro da Matriz.
Estou feliz por voltar e perceber os resultados do trabalho”, afirmou.
A deputada Ione Pinheiro (DEM) também prometeu empenho em Brasília para a continuidade das obras. “Vejo a comunidade participando, e isso me emociona.
Vocês mantiveram a fé e preservaram o patrimônio”, ressaltou, dirigindo-se a moradores que acompanharam a visita.
Autoridades também compareceram, entre as quais o prefeito de Ouro Preto, Júlio Pimenta, e seu vice, Ailton Silva.
O prefeito anunciou que a cidade fará uma homenagem ao deputado Bosco, pelo trabalho da comissão em prol da Matriz de Santo Antônio.
Estiveram presentes, ainda, representantes do Ministério Público e de outros órgãos ligados à cultura e ao patrimônio.
História A Igreja Matriz de Santo Antônio, que teve sua construção iniciada por volta do ano de 1751, foi concluída em 1764.
Em 1962, foi inventariada pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com vistas ao seu tombamento.
Trata-se de uma construção em pedra, com fachada enquadrada por duas torres quadrangulares, com janelas sineiras.
Em seu interior, o piso é de tábuas corridas e a nave é separada do altar-mor por balaustrada de madeira preta. * Texto originalmente publicado no site da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais