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Novo hospital universitário será construído em Mariana com investimento de R$ 220 milhões do governo federal

Ministério da Saúde também libera R$ 170 milhões para ações de saúde em Mariana, Ouro Preto, Barra Longa e Rio Doce

Ao lado de Lula, ministro Alexandre Padilha anuncia hospital universitário da UFOP em Mariana — Foto: Carolina Antunes/MS

Durante evento realizado nesta quinta-feira (12 de junho), em Mariana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a construção do Hospital Universitário da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A nova estrutura será instalada em Mariana e servirá como referência em média e alta complexidade, recebendo aporte de R$ 220 milhões do governo federal.

O anúncio faz parte do conjunto de ações do Novo Acordo da Bacia do Rio Doce, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2024. O acordo estabelece o repasse de R$ 12 bilhões pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton como reparação à tragédia do rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido em 2015.

O novo hospital será um polo de formação e atendimento em saúde pública, vinculado à UFOP e ao Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade promoverá a integração dos serviços, reduzindo filas e deslocamentos de pacientes para outras cidades, além de contribuir para a formação de médicos, enfermeiros e técnicos diretamente no território atingido.

“Nosso sonho é ver pessoas que sofreram com o crime ambiental se tornarem profissionais de saúde. O hospital será um símbolo da reconstrução e cuidado com a nossa gente”, afirmou Padilha.

A unidade também será sede do programa Agora Tem Especialistas, que amplia o acesso a atendimentos especializados em regiões de alta demanda e histórico de negligência sanitária.

Centro de referência e vigilância permanente

Entre os serviços previstos para o hospital está a criação de um Centro de Referência para Atendimento e Monitoramento da Exposição às Substâncias Químicas, com atendimentos clínicos, exames laboratoriais e acompanhamento contínuo de casos relacionados à contaminação.

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Além disso, será implantado o Biobanco do Rio Doce, que permitirá o armazenamento e análise de amostras biológicas da população impactada pela lama tóxica da barragem. A estrutura oferecerá dados científicos sobre os efeitos a longo prazo da exposição aos rejeitos.

R$ 170 milhões para cidades atingidas

Também durante a solenidade, Padilha anunciou a liberação de R$ 170 milhões para quatro municípios diretamente afetados pelo desastre ambiental:

  • Mariana: R$ 139,8 milhões
  • Ouro Preto: R$ 14,9 milhões
  • Barra Longa: R$ 12,5 milhões
  • Rio Doce: R$ 2,4 milhões

Os valores foram autorizados após a aprovação dos Planos de Ação em Saúde elaborados por cada cidade, conforme exigido pelas instâncias de governança do Novo Acordo.

Expansão da saúde pública até 2026

Além do hospital universitário, o Ministério da Saúde irá investir mais R$ 400 milhões ainda em 2025 na construção de novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Policlínicas, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), unidades móveis odontológicas e reforço do SAMU.

Até o final de 2026, os investimentos federais devem somar R$ 825 milhões, contemplando infraestrutura, recursos humanos e modernização da gestão municipal em saúde.