Começo meu texto levantando a questão para você torcedor: Você acredita nesse Cruzeiro? A minha resposta ao me deparar com essa pergunta é não sei. O Cruzeiro de Mano Menezes tem sido uma caixinha de surpresas que nos surpreende tanto pelo bem quanto para o mal.
Desde que recebeu um elenco competitivo em mãos, a partir de 2017, Mano Menezes tem convivido com um misto de elogios e críticas ao desempenho da equipe. Nos resultados, pode se enxergar certa regularidade, vide o aproveitamento de cerca de 60% no comando da equipe. Mas a parte mais instável é a qualidade do futebol apresentado. Desde que Mano assumiu, o cruzeirense se acostumou a um estilo de jogo mais reativo, característico do técnico. E por muitas vezes esse estilo não agradou e custou pontos e ate eliminações. Falta de repertório, pouca criatividade e efetividade ofensiva são as principais críticas ao trabalho do treinador gaúcho.
Levando em conta só essas nuances, o trabalho do comandante celeste é totalmente questionável. E esses questionamentos acabam se tornando comuns, com inúmeras campanhas de Fora Mano e críticas da imprensa nesse tempo. Mais aí você leitor que não vive a realidade da equipe azul pensa, se é assim, por que ele ainda não caiu?
Aí entra o outro lado da moeda.
O Cruzeiro de Mano Menezes parece pré-disposto a calar qualquer crítico nos momentos importantes. E isso que não deixa o cruzeirense desacreditar de seu time. Por pior que a equipe esteja, jamais deve se duvidar de uma remontada. E isso passa também pelos atletas. Quando as “profecias” de Thiago Neves não se cumpriram? Ele, talvez o jogador mais decisivo que passou pelo Cruzeiro desde Alex. Calma, leia outra vez. Decisivo, não constante, regular ou melhor.
Em todos os últimos momentos de pressão esse time se superou. Após a derrota na final do Mineiro 2017 e na primeira fase da Copa sulamericana, só um milagre parecia suficiente para salvar a pele de Mano. E o time melhorou. Os jogos irregulares no início do brasileiro daquele ano vieram recheados de críticas e após jogos seguidos levando 3 gols Mano prometeu: vamos melhorar e isso jamais vai acontecer outra vez. Dito e feito. Na Copa do Brasil, apesar do futebol pouco atrativo, viradas e viradas de tirar o fôlego e um título em mata-mata que não vinha a 14 anos. Esse ano após perder ridiculamente a partida de ida da final do mineiro e de correr riscos claros de ser eliminado na fase de grupos da Libertadores, duas viradas que não precisam de comentários. Apesar de muitas vezes ser chato, modorrento e apático, quando esse time quer ele é cascudo.
E é claro que essa irregularidade e futebol muitas vezes pobre não agrada a ninguém, e em qualquer outra situação eu estaria com todos os pés atrás. Mas esse time, pelo histórico, deixa aquela esperança acesa sempre.
Mas se me perguntam: acha que o Cruzeiro consegue chegar bem na disputa de um título esse ano? Bem, com esse futebol não. Mas pelo futebol no famoso quando tá valendo, claro. Só que tenho que admitir, a verdade é que não sei. Vejamos nas duas próximas quartas o que sairá dessa caixinha azul repleta de surpresas.
Leia também: De virada, Galinho bate São Paulo, e segue para a grande final da Taça BH sub-17