Anunciado na última sexta-feira como novo treinador do Cruzeiro, Adilson Batista terá dez dias para trabalhar e tentar, em três jogos, salvar a Raposa de um rebaixamento inédito em sua história. Levando em conta o caráter emergencial e desesperado da aposta, a pergunta que fica é: o que Adilson Batista pode trazer ao Cruzeiro nesta segunda passagem?
Bom, Adilson Batista não vem de grandes trabalhos. Inclusive, pode-se dizer que o último grande trabalho do ex-zagueiro foi em sua primeira passagem pelo Cruzeiro, que durou de 2008 a 2010. Na época, Adilson ganhou dois Campeonatos Mineiros e foi vice-campeão da Copa Libertadores de 2009.
Bom, de lá pra cá já já se passaram dez anos e Adilson Batista passou, também, por dez times, sem sucesso em nenhum deles. Para se ter uma ideia, desde 2009 o comandante não leva um título sequer. Nem um estadual, que seja. Além disso, como treinador, Adilson já se envolveu em seis rebaixamentos. Caso o Cruzeiro ou Ceará, seu último time, caiam, o número subirá para sete.

Perfil de liderança
Visto os detalhes da carreira de Adilson Batista e o pouco tempo de trabalho que ele tem pela frente, é clara a percepção de que ele não foi contratado para dar um retorno técnico ao clube. Com tão pouco tempo de trabalho nem Jorge Jesus daria jeito num time tão desequilibrado e desinspirado como o Cruzeiro. Adilson chega ao clube por dois fatores principais: identificação com a camisa e perfil de liderança.
Ex-zagueiro e costumeiramente capitão dos clubes em que jogou, Adilson Batista é conhecido por sua postura enérgica, raçuda. A ideia de sua contratação é dar “um gás” final no elenco celeste, despertando o brio dos jogadores. Se não for pela inspiração, terá de ser por transpiração.
O outro fator foi sua identificação pelo clube, no qual jogou e foi campeão em quatro oportunidades, e que treinou e foi campeão por mais duas. Adilson é um ídolo da torcida e sempre empolgou por sua postura enérgica dentro e na beira do campo, além de sempre defender o Cruzeiro, quando necessário.
Então, o torcedor celeste não precisa esperar uma revolução na parte técnica e tática do time nesses três jogos finais do Brasileirão, até por não existir tempo e peças para isso. O que Adilson poderá trazer ao Cruzeiro é o espírito de luta e preocupação com a situação do time que pouco se viu neste ano.
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Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, passou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.