Na última e única vez que País de Gales disputou a Copa do Mundo, em 1958, o Brasil apenas caminhava para sua conquista mundial. Agora, 64 anos depois e com inúmeras mudanças no futebol e no mundo, os galeses retornam ao torneio, empurrados pela histórica geração de Gareth Bale.
Durante anos, País de Gales não conseguiu montar times competitivos a nível internacional, apesar de produzir algumas estrelas, como Ryan Giggs e Ian Rush. Da década de 2010 em diante, porém, a situação mudou. Com o surgimento de Gareth Bale, revelado pelo Southampton-ING e projetado pelo Tottenham-ING, os cerca de 3 milhões de galeses passaram a, novamente, se ilusionar por uma seleção nacional forte. Aliado ao promissor meia-esquerda, outros atletas começaram a aparecer com certo destaque, principalmente de clubes da Premier League.
Foram esses jogadores que, já em 2016, fizeram história recolocando País de Gales numa edição da Eurocopa pela primeira vez em todos os tempos. Como se não bastasse a já louvável participação, o time foi além e chegou à semifinal, sendo eliminado somente pelo campeão Portugal. Na sequência do ciclo, novos resultados importantes surgiram, com a mesma base de sempre. Joe Allen, Aaron Ramsey e Wayne Hennessey formaram, ao lado de Bale, uma espinha dorsal que possibilitou à equipe sonhar com novas conquistas.
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Em 2021, Gales voltou a jogar a Eurocopa. Meses depois, os jogadores novamente reescreverem a história, e classificaram o país à Copa do Mundo do Catar. O caminho, porém, não foi fácil. A vaga saiu apenas na última fase da repescagem, em vitória de 1 a 0 diante da Ucrânia. O gol foi de Gareth Bale, como de costume.
Um herói para a eternidade
Os feitos de Bale pela Seleção Galesa definitivamente não se resumem às quatro linhas, apesar dos resultados fantásticos. Afinal, além das classificações, o jogador tem 108 jogos e 40 gols com a camisa vermelha. Bale, porém, sempre foi um símbolo de dedicação ao país e ao time nacional. Nos últimos anos, a carreira do craque desandou por clubes. No Real Madrid-ESP, o camisa 11 deixou de ser peça imprescindível para se tornar um mero reserva que pouco entrou nos jogos. A mesma discrição aconteceu no Tottenham-ING, em passagem por empréstimo durante 2021.
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Na equipe espanhola, a situação se desalinhou várias vezes. Gareth Bale se mostrou, em muitos momentos, desinteressado e pouco focado no time, o que nunca aconteceu quando o assunto era representar o País de Gales. Em 2019, durante uma comemoração com a seleção, o atacante ergueu uma faixa provocativa ao Real Madrid, mas que ao mesmo tempo expunha seu amor pela seleção: “Gales, golfe e Madrid. Nessa ordem”.
Hoje, Bale não é o mesmo de anos atrás, quando chegou a ser considerado o jogador mais veloz do mundo. Aos 33 anos de idade, o ponta defende o Los Angeles FC, dos Estados Unidos. Apesar do declínio na carreira, no entanto, o atleta promete fazer uma grande Copa do Mundo, afinal, pode ser sua única chance de representar o país em um mundial.
Defesa em primeiro lugar
A ideia de jogo do técnico Rob Page privilegia, inicialmente, uma defesa sólida e que ceda poucos espaços aos adversários. País de Gales atua com uma linha de 5 defensores, seguida de dois meio-campistas e um rápido trio de ataque. O destaque fica por conta dos alas Neco Williams (Nottingham Forest-ING) e Connor Roberts (Burnley-ING), que têm a missão de executarem, na mesma intensidade, papéis defensivos e ofensivos.
No ataque, as apostas são na qualidade acima da média de Bale e na velocidade de Daniel James (Leeds United-ING). O homem de referência é Kieffer Moore (Borunemouth-ING), que também oferece mobilidade.
Ao lado de Inglaterra, Irã e Estados Unidos, Gales faz parte do Grupo B. A expectativa para a chave é que os ingleses avancem sem sustos na liderança. Por outro lado, o equilíbrio deve tomar conta da segunda vaga, abrindo possibilidades reais de classificação para os outros três países.
A convocação dos 26 jogadores que irão representar País de Gales na Copa do Mundo já foi divulgada. Sem grandes surpresas, a lista é formada com maioria de atletas que atuam no futebol inglês.
- Time base (3-43): Wayne Hennessey (Nottingham Forest-ING); Neco Williams (Nottingham Forest-ING), Ethan Ampadu (Nottingham Forest-ING), Joe Rodon (Rennes-FRA), Ben Davies (Tottenham-ING) e Connor Roberts (Burnley-ING); Joe Allen (Swansea-GAL) e Aaron Ramsey (Nice-FRA); Gareth Bale (Los Angeles-EUA), Daniel James (Leeds United-ING) e Kieffer Moore (Bournemouth-ING).
- Técnico: Ron Page
- Capitão: Gareth Bale
- Destaque: Gareth Bale
- Jogos: Estados Unidos (21/11), Irã (25/11) e Inglaterra (29/11)
- Prognóstico: Disputa pela segunda vaga do grupo
- Melhores participações: 1958 (quartas de final)
- Ídolos históricos: John Charles, Ryan Giggs e Ian Rush
- Maior goleador: Gareth Bale (44 gols)
- Jogador que mais vezes atuou: Chris Gunter (109 jogos)