Por que o papa Leão XIV demonstrou preocupação com a Inteligência Artificial?

Por que o papa Leão XIV demonstrou preocupação com a Inteligência Artificial?

O papa Leão XIV manifestou preocupação com os impactos da inteligência artificial por enxergar nela um dos grandes dilemas morais do século XXI. Robert Francis Prevost, norte-americano e cidadão peruano, hoje líder da Igreja Católica aos 69 anos, apontou que a IA precisa ser acompanhada com cautela, sobretudo no que diz respeito à proteção da dignidade humana, à justiça social e à preservação do trabalho.

Em audiência com cardeais no Vaticano, Leão XIV reiterou seu compromisso com as reformas iniciadas por Francisco (1936–2025), reafirmando o ideal de uma Igreja inclusiva e próxima dos fiéis. A escolha de seu nome papal remete a dois ícones históricos do catolicismo: Leão XIII, que com a encíclica Rerum Novarum (1891) estruturou a doutrina social da Igreja frente à exploração provocada pela industrialização; e Leão I, “o Grande”, que no século V conseguiu impedir que Átila, rei dos hunos, devastasse Roma, sendo lembrado pela firmeza doutrinária e política.

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A partir desses legados, Leão XIV deseja um papado atento às mutações sociais e tecnológicas do presente. Em sua visão, a inteligência artificial representa uma encruzilhada: o problema não está na tecnologia, mas em seu uso. Ferramentas digitais, quando empregadas sem ética, podem ameaçar liberdades individuais, privacidade e postos de trabalho, sobretudo sob regimes autoritários ou lógicas de mercado sem escrúpulos.

A apreensão do pontífice reflete o tempo em que vivemos: um mundo em que a tecnologia pode ser usada para monitorar, manipular e oprimir. Nesse cenário, a Igreja se posiciona como voz de equilíbrio, reconhecendo que a IA, embora promissora, revela os valores de quem a programa.

Referências bíblicas ajudam a ancorar essa visão. Gênesis 1:27 reforça a dignidade humana, frequentemente posta em risco por sistemas que reduzem pessoas a dados. Provérbios 11:1 alerta contra a injustiça disfarçada de precisão. Eclesiastes 7:29 lembra que, apesar de criado para o bem, o ser humano muitas vezes cede às próprias astúcias. Já Mateus 6:24 denuncia a idolatria do lucro, motor de muitas inovações tecnológicas que ignoram as consequências sociais.

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