No último domingo (11-07-2023), uma declaração proferida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) causou grande indignação e revolta na sociedade. Ao comparar os professores com traficantes, o parlamentar ultrapassou os limites do respeito e da ética.
Antes de mais nada, é bom lembrar que que estamos falando do filho do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), representante eleito para a Câmara dos Deputados e, portanto, deveria ter responsabilidade política em suas palavras e ações. Sua influência e proeminência pública fazem com que suas declarações tenham repercussão significativa, influenciando parte importante da sociedade brasileira.
Ao comparar os docentes com bandidos, o deputado desrespeitou uma classe profissional fundamental para a sociedade. Tal comparação, além de ser extremamente injusta e despropositada, coloca os educadores em um contexto pejorativo e criminoso, estigmatizando-os de maneira injusta, algo infelizmente comum e que seus correligionários têm feito de modo absolutamente irresponsável nos últimos anos.
A ofensa proferida pelo parlamentar contribui ainda mais para a desvalorização educacional, uma categoria que já enfrenta diversos desafios, como baixos salários, más condições de trabalho e falta de reconhecimento adequado. Exemplo disso é nosso estado, Minas Gerais, onde o governador Romeu Zema (NOVO) segue se negando a pagar o piso salarial nacional.
Esta importante categoria é essencial para a formação cidadã e intelectual dos indivíduos. São responsáveis por transmitir conhecimentos, estimular o pensamento crítico e contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equitativa. Sua relevância e dedicação não podem ser minimizadas desta maneira, ou seja, o mínimo que se deve ter com tais profissionais é respeito!
As declarações de Eduardo Bolsonaro (PL), além de desrespeitosas, podem ser consideradas um crime de difamação. Isso ocorre quando alguém imputa falsamente a outra pessoa um fato ofensivo à sua reputação. Ao comparar professores com traficantes, o deputado ofendeu sua honra objetiva e subjetiva, configurando mais um crime cometido pelo clã Bolsonaro contra a sociedade.
Os defensores deste (e outros) absurdos, se pautam na ideia que a liberdade de expressão permite tudo. Entretanto, não é bem isso que funciona, pois embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, ela não é absoluta. Lendo nossa carta magna, podemos perceber que a Constituição brasileira estabelece que é vedado o anonimato, a apologia ao crime e a prática de difamação. Portanto, estas declarações proferidas ultrapassam os limites da crítica construtiva e adentram na esfera do crime.
A difamação é tipificada como um crime no Código Penal brasileiro e está sujeita a penalidades, como multa e detenção. É necessário que as instituições responsáveis pela aplicação da lei investiguem o caso e responsabilizem este cidadão pelas suas palavras ofensivas. Imunidade parlamentar não pode ser desculpa para se fazer o que bem quer!
Como representante eleito, Eduardo Bolsonaro (PL) deveria ter a obrigação de agir com responsabilidade e respeito, tanto em suas palavras quanto em suas ações. Suas declarações não apenas afetam a imagem dos professores, mas também a confiança da sociedade no poder legislativo, haja vista tantas decepções que temos encontrado no parlamento.
Outro ponto importante a ser pensado é o impacto de tais declarações. A comparação feita pelo deputado alimenta um clima de polarização e desrespeito no país. Ao diminuir uma categoria profissional essencial, ele contribui para o enfraquecimento do diálogo e da valorização da educação, elementos fundamentais para o desenvolvimento de uma nação.
Diversas entidades e organizações ligadas à educação, assim como a sociedade em geral, manifestaram repúdio às declarações do parlamentar. É importante que a população brasileira se mantenha vigilante e cobre responsabilização e retratação deste senhor diante de seus atos, afinal de contas, este tipo de atitude não agrega em nada no debate político, pelo contrário, só fortalece, ainda mais, o discurso de ódio hoje vigente no país.
Em vez de atacar e difamar, é fundamental que o debate político seja pautado pelo respeito e pela busca por soluções que fortaleçam a educação e valorize a educação. A construção de um ambiente mais saudável e inclusivo depende da postura ética e responsável de todos os envolvidos na esfera pública, evidenciando como a saída para os problemas políticos perpassa pela política, fora dela nos resta somente a barbárie.
Sigamos defendendo e lutando pelo respeito a todos, em especial dos docentes, uma das categorias mais maltratadas deste país.