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Rima em Prosa #10: Em entrevista exclusiva, Loc Dog fala sobre polêmicas, Planeta Brasil, novo álbum e irmandade no rap

07/04/2020 às 15:00
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7 min

Em alta, o rap mineiro tem crescido cada dia mais. Mesmo com nomes bastante consolidados, o estado de Minas Gerais ainda tem ganhado novos artistas de destaque na medida em que o tempo passa. E um nome que tem ganhado espaço no trap é o de Loc Dog. Polêmico, o rapper ganhou notoriedade após diversos projetos em parceria com o paulista Raffa Moreira.

A faixa “FAH FAH FAH FAH” foi a segunda colaboração entre os artistas e estava com números bem expressivos quando foi tirada do ar no YouTube, após menos de uma semana na plataforma. As polêmicas que envolveram a música fizeram o nome de Loc Dog ganhar destaque na cena nacional. Agora, o belo-horizontino vem preparando o seu primeiro álbum, que deve chegar nas plataformas ainda em 2020.

Loc Dog

Rapper faz parte do coletivo Savage Mob – Crédito da foto: Reprodução/Facebook/Loc Dog

Para falar um pouco sobre essa polêmica e outros detalhes de sua carreira, o artista conversou com o Rima em Prosa. Confira a entrevista:

Polêmica com Meno Tody e repercussão de “FAH FAH FAH FAH”

MM: Ano passado, em parceria com o Raffa, saiu a faixa “FAH FAH FAH FAH”. O seu verso repercutiu bastante e foi interpretado como um ataque ao Meno Tody. Como surgiu a ideia dessa letra? O que achou da repercussão?

LD: Essa faixa com o BC Raff (Raffa Moreira) é bem especial para mim. Quantos aos ataques, no início a gente fez essa letra bem suave, sem pensar muito em questões de ataque, foi mais questão de vivência mesmo. Falar do que a gente realmente viveu, do que eu vivi. Bom… ele vestiu a carapuça e aí deu toda essa repercussão por causa da letra da música e eu acho que, querendo ou não, isso me favoreceu de alguma forma. 

MM: Alguns dias depois a música acabou saindo do ar. O que você sentiu quando isso aconteceu?

LD: A música estava subindo, subindo e subindo e o YouTube tirou ela do ar. Isso me trouxe um sentimento de raiva e tristeza ao mesmo tempo. O que essa plataforma fez com a gente foi muito injusto.

MM: Sua parceria com o Raffa já rendeu três músicas até aqui: “Praça 7”, “FAH FAH FAH FAH” e “4 Wheeler”. Qual é a sua favorita?

LD: Todas as músicas que eu faço com o meu irmão Raffa são muito especiais. Cada track mostra um pouco da gente ali. Todas as três faixas repercutiram bastante e foram muito importantes pra mim. A minha vivência com ele e o que a gente tenta passar em nossas letras serve de experiência pra nós mesmos e para o nosso público. Então, eu acho que todas as três são favoritas.

Rima em Prosa #10: Loc Dog fala sobre polêmicas e novo álbum

Rapper é um dos grandes nomes da cena mineira – Crédito da foto: Gato Preto Produções/Reprodução/Facebook

Relação com Raffa e Delatorvi

MM: Você tem uma amizade muito forte com o Raffa e o Delatorvi. Como você conheceu eles e o que eles representam pra você?

LD: BC Raff e Delatorvi são meus irmãos de fato. O Raffa eu conheci na época do Facebook. A gente já tinha conversado por lá quando eu fui pra São Paulo pela primeira vez. Nós nos identificamos muito um com o outro e isso foi muito da hora. Já o Delatorvi, nós somos da mesma cidade e a muito tempo que frequentávamos os mesmos lugares, os mesmos eventos de rap. Em 2016 a gente começou a ter um contato mais próximo e desde então nós estamos caminhando juntos. A amizade dos dois é muito importante pra mim, eles representam uma parte do Loc Dog. Somos uma irmandade muito forte, nós temos uma conexão muito foda.

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Experiências em São Paulo e Planeta Brasil

MM: No fim do ano passado você esteve em São Paulo, onde gravou vários feats com rappers de lá, como Klyn e Duzz. Como foi essa experiência?

LD: Toda vez que eu desço pra São Paulo eu sou muito bem recebido por todos os artistas e meus fãs de lá. Tem sido bem especial quando vou lá. Vivências reais e verdadeiras com todas as pessoas que eu ando em SP. Gravar com eles foi muito foda, principalmente com o Klyn que é alguém que eu já tenho uma história junto. Eu conheço ele desde 2015, então sempre que estou lá temos grandes momentos juntos e sempre tem uma história nova pra contar. Eu agradeço de verdade à Deus pelas experiências que ele tem me dado e pelos lugares que ele tem me colocado. Eu acho que são experiências bem proveitosas pra mim, toda vez que eu estou em São Paulo eu fico até mais alegre.

MM: Já aqui em Belo Horizonte, você teve um dos grandes momentos da sua carreira que foi tocar no Planeta Brasil. Fale um pouco pra gente desse dia.

LD: Foi algo único e uma realização única também. Uma experiência fora do comum. Eu não esperava que fosse da forma que foi, com toda aquela multidão, com todo aquele público dançando, pulando e cantando as nossas músicas. Foi algo fora do normal pra mim. Eu me senti em um show internacional, foi como se eu estivesse em um show fora do Brasil, cantando pra 12 mil pessoas em nosso palco. Foi muito diferenciado.

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Visão sobre Djonga

MM: Hoje, o rap no nosso estado tem crescido cada vez mais e ganhado muito destaque, muito disso por conta do patamar que o Djonga atingiu. O álbum dele acabou de ser lançado e é um dos mais esperados do ano. Como você enxerga o impacto dele na cena nacional e sua influência para os artistas aqui de BH? 

LD: Poxa, o Djonga foi um artista revelação para todo nosso país e uma peça muito importante para todo esse jogo do rap/trap. Pelo fato de ser de BH, isso tem agregado demais para cena da cidade e de Minas. Eu conheço ele desde 2012, 2013, se eu não me engano. Nós já cantamos juntos várias vezes e temos uma amizade de anos. Ele representa muito, é o porta voz de Minas Gerais e do Brasil hoje em dia. Muita gente do rap mineiro deve ao Djonga.

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Novos projetos

MM: Você tem trabalhado na produção do seu disco. Você pode nos dar mais detalhes dessa produção? 

LD: Esse álbum, em especial, eu tenho trabalhado nele com bastante amor e carinho, suor e lágrimas, e com toda minha alma. Nesse disco vão vir faixas de todos os tipos, com vários estilos. Músicas melancólicas, músicas amorosas, música pra refletir e principalmente, bastante música pra dançar. Vão ter várias participações especiais surpresa. Como eu disse, é algo que eu tenho preparado com bastante carinho e sei que o público vai receber da melhor forma.

MM: Por fim, como você vê o 2020 do Loc Dog?

LD: Esse ano de 2020 do Loc Dog vai ser de bastante surpresa, superação, dedicação e fortalecimento pra quem estiver na mesma sintonia. Que Deus abençoe esse ano tanto pra pra mim quanto pra todo mundo. 

Rima em Prosa é a coluna especializada em rap do Mais Minas. Nela, são publicadas notícias, matérias e entrevistas relacionadas à tudo de principal que tem ocorrido no rap nacional. Caso tenha gostado da entrevista com Loc Dog, recomendados as nossas matérias com Duzz, Aka Rasta e Delatorvi. Confira também os principais lançamentos de março na cena.

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