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Segurança digital: malware ‘SparkCat’ ameaça usuários de iPhone com roubo de dados

João Paulo Silva
Segurança digital: malware ‘SparkCat’ ameaça usuários de iPhone com roubo de dados
Foto: Cyano66/Getty Images/ Banco de Imagens do Canva

A segurança digital está cada vez mais desafiadora, e a descoberta do malware “SparkCat” é uma prova disso. Pela primeira vez, especialistas detectaram um vírus na App Store da Apple capaz de acessar e roubar fotos da galeria do usuário. Criado para capturar informações valiosas, como frases de recuperação de carteiras de criptomoedas, esse malware representa um grande risco para a privacidade e segurança dos usuários.

Como funciona o “SparkCat”?

O SparkCat se diferencia por seu uso avançado de reconhecimento óptico de caracteres (OCR). Em outras palavras, ele escaneia imagens armazenadas no dispositivo e identifica textos relevantes, como senhas e chaves de recuperação. Caso encontre informações sensíveis, o malware as envia diretamente para os invasores, que podem usá-las para roubo de dados e até mesmo de dinheiro.

Inicialmente, especialistas da ESET já haviam identificado, em março de 2023, ataques semelhantes em versões modificadas de aplicativos de mensagens. Agora, no final de 2024, a Kaspersky revelou que o “SparkCat” utilizou uma abordagem parecida, mas com uma escala ainda maior. Além disso, diferentemente de ataques anteriores que atingiam apenas Android e Windows, esse malware também chegou aos dispositivos iOS por meio da App Store, algo inédito.

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Quais são os principais alvos?

Segundo especialistas, os ataques ocorrem desde março de 2024, afetando principalmente usuários da Europa, Ásia e Emirados Árabes Unidos. No entanto, o alcance pode ser ainda maior. Na análise da Kaspersky, 21 aplicativos foram removidos das lojas, mas antes disso, somaram mais de 242 mil downloads apenas no Google Play. O número de vítimas reais pode ser muito superior.

Como se proteger do “SparkCat” e de outros malwares?

Diante dessa ameaça, a Kaspersky recomenda algumas medidas essenciais para evitar cair em golpes cibernéticos:

  • Baixe aplicativos confiáveis: Prefira aqueles com milhares ou milhões de downloads e com boas avaliações. Evite apps recém-lançados de desenvolvedores desconhecidos;
  • Verifique links e avaliações: Sempre confira a origem do aplicativo no site oficial do desenvolvedor e leia as avaliações, especialmente as negativas;
  • Cuidado com permissões: Evite conceder acesso desnecessário à galeria de fotos ou a outros recursos sensíveis do seu dispositivo;
  • Use um sistema de segurança: Instale um antivírus confiável no seu smartphone e computador;
  • Não armazene informações sensíveis na galeria: Nunca guarde senhas, dados bancários ou frases de recuperação em imagens no celular;
  • Use um gerenciador de senhas: Ferramentas especializadas armazenam dados de forma criptografada e segura;
  • Revise sua galeria: Se suspeitar que foi infectado, exclua o aplicativo malicioso, reveja suas fotos e altere imediatamente todas as senhas e dados bancários.

O “SparkCat” reforça a importância da segurança digital e do cuidado ao instalar aplicativos, mesmo em lojas oficiais. O fato de um malware tão avançado ter sido distribuído por meio da App Store mostra que ninguém está completamente protegido. Por isso, adotar boas práticas de segurança e manter-se informado sobre novas ameaças são as melhores defesas contra cibercriminosos.

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João Paulo Silva, nascido em Barueri/SP e bacharel em Letras pela Universidade Estácio de Sá, pós-graduado em Revisão de Texto e em Linguística e Análise do Discurso. Contato: [email protected]