Um sensor para monitorar a concentração de gás carbônico (CO2) em ventiladores mecânicos pulmonares, desenvolvido por pesquisadores do departamento de Engenharia de Controle e Automação na Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), pode ampliar o uso do equipamento, de forma simultânea, por mais de um paciente infectado com o novo coronavírus.
O projeto, criado sob supervisão do pesquisador e professor, engenheiro Alan Kardek, em parceria com o mestrando em Saúde da Família e médico da Ufop, Tuian Santiago Cerqueira, e demais profissionais da área da saúde, tem como objetivo aprimorar as técnicas para uma possível utilização múltipla de ventiladores mecânicos. “Como forma de contribuir para o desenvolvimento de um sistema para que um ventilador pulmonar possa ser usado em mais de um paciente, é imprescindível viabilizar o monitoramento da concentração de CO2 expirado pelo paciente, para que a ventilação possa ser melhor controlada”, explica Alan.
Os ventiladores pulmonares têm como função retirar o dióxido de carbono (CO2) e oferecer oxigênio (O2) de forma cíclica, já que os pacientes infectados com o novo coronavírus têm capacidade reduzida em fazer essa troca natural de oxigenação do sangue. “Por isso, o paciente se sente ofegante e com dificuldades intensas na hora de respirar, sendo necessário o uso de um respirador. O sensor vai ser desenvolvido para monitorar este volume de gás carbônico para que a ventilação e o tratamento do paciente sejam melhor controlados e compartilhados”.
No Brasil, esses sensores não são comuns por conta do alto custo. Segundo Alan, importar o dispositivo custaria aproximadamente R$ 2.000,00, sem levar em conta o valor do transporte e dos impostos. A expectativa inicial é que sejam produzidos dez sensores a um custo médio de R$ 100,00. Eles seriam distribuídos para hospitais da região, contribuindo para combater a Covid-19.
O coordenador do curso de Engenharia de Minas da Ufop, que também é membro do Colégio Estadual de Instituições de Ensino (CIE) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), José Margarida da Silva, considera fundamental a atuação das instituições de ensino em ações voltadas para a sociedade. “Em tempo de pandemia, algumas ações foram adaptadas e outras criadas. Esse projeto é um deles e mostra o trabalho sério da instituição. É gratificante fazer parte desse esforço da universidade”, disse José Margarida.
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