Na Sexta-feira Santa, os cristãos relembram o sofrimento e a morte de Jesus. Segundo a tradição bíblica, naquele dia o filho de Deus foi condenado em Jerusalém por revolta e blasfêmia e crucificado na colina do Calvário. Desde o início do cristianismo, a sexta-feira anterior à Páscoa é celebrada como um dia silêncio, penitência, jejum e oração.
O que aconteceu na sexta-feira?
Depois que Jesus foi preso, após a traição de Judas Iscariotes, Ele foi levado ao Sumo Sacerdote Caifás para interrogatório. Os principais sacerdotes procuraram testemunhas irem contra Jesus. Muitos fizeram declarações falsas, mas não foram suficientes para condenar. Então, o Sumo Sacerdote perguntou a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus, e Jesus respondeu: “Eu o sou” (Mc 14,62). Ao fazer isso, Jesus acusado de blasfêmia aos olhos do Sumo Conselho e dos Sumos Sacerdotes, exigindo que ele fosse sentenciado à morte na cruz.
Pedro
Enquanto Jesus estava sendo interrogado, Pedro esperou no pátio do palácio. Ele foi perguntado três vezes se ele estava com Jesus e três vezes ele o negou. Quando o galo cantou, Pedro lembrou-se das palavras de Jesus e começou a chorar (Mc 14,66-72).
O interrogatório diante de Pôncio Pilatos
O Sumo Conselho levou Jesus ao governador romano Pôncio Pilatos, que deveria pronunciar a sentença de morte em Jesus. Pilatos também questionou Jesus, mas o mesmo permaneceu calado sobre as alegações e Pilatos duvidou das alegações feitas pelo Sumo Conselho. Como era costume no festival da Páscoa que o governador libertasse um prisioneiro escolhido pelo povo, Pilatos perguntou à multidão quem deveria ser solto. O povo, estimulado pelos Sumos Sacerdotes, exigiu a libertação de Barrabás e a crucificação de Jesus (Mc 15,1-15).
O caminho para Gólgota
Os soldados levaram Jesus, colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e zombaram dele. Então, o próprio Jesus teve que carregar a cruz para Gólgota, uma colina fora da cidade de Jerusalém. Mas, no caminho, Ele sentia o peso da cruz e caía de cansaço até que um homem chamado Simão de Cirene, que por acaso passava por ali, foi obrigado pelos soldados a carregar a cruz (Mc 15,21).
Crucificação e morte de Jesus
No local da execução, os soldados crucificaram Jesus e dois criminosos ao seu lado. O céu escureceu por volta da sexta hora e, quando Jesus morreu na cruz, às três horas da tarde, a terra tremeu e a cortina do templo se partiu ao meio (Mt 27.45-51).
As últimas palavras que Jesus disse na cruz antes de sua morte diferem nos evangelhos:
– Evangelho de Mateus e Evangelho de Marcos: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46; Mc 15,34);
– Evangelho de Lucas: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46);
– O Evangelho de João: “Está consumado!” (Jo 19:30).
O enterro de Jesus
À noite, José de Arimatéia pediu a Pilatos o corpo de Jesus. Ele o colocou em um túmulo de pedra e o selou com uma pedra grande. Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus, observaram onde José de Arimatéia levou o corpo (Mc 15,42-47).
A celebração da Paixão de Cristo
Na Igreja Católica, não há missa na Sexta-feira Santa, é o único dia do ano em que não há missa. O que há é uma celebração que consiste em uma liturgia da palavra, adoração à cruz e comunhão. A celebração tem início às 15h00 em todas as igrejas, na hora da morte de Jesus.
Procissão
Em muitos lugares, a história da Paixão é vividamente e impressionantemente retratada nas procissões que ocorrem após a celebração da Sexta-feira Santa. Os fiéis reencenam a história do sofrimento de Jesus em várias etapas.
A mais famosa procissão da Sexta-feira Santa com visitantes de todo o mundo acontece em Jerusalém, ao longo da Via Dolorosa, o caminho do sofrimento de Jesus.
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