Falar de sonhos é algo sempre curioso: quando abordamos este tema com crianças e jovens o sentimento é sempre de empolgação e felicidade, enquanto ao abordar a mesma coisa com adultos o sentimento é de desânimo e baixo astral.
Mas por que isto ocorre? Sem dúvida responder esta pergunta não é algo simples, mas podemos tentar.
Um dos motivos que nos ajudam a responder isto está na falta de capacidade de querer ir além. Ser adulto, em nossa sociedade, quase sempre significa se tornar chato. O que é algo totalmente sem sentido, pois é na vida adulta que em geral poderíamos buscar realizar nossas metas juvenis.
No entanto, o que se vê de forma geral é se tornar azedo: vontades enterradas, propósitos abortados e planos esquecidos. Mas por que é preciso ser assim? Por que as motivações de jovem, como por exemplo, de preservar o verde ou mudar o mundo desaparecem?
Entender isso perpassa pelos valores que nossa sociedade julga ser importante, pois se você não tiver um bom emprego, um bom carro, uma boa casa você não é “feliz”. Mas ora, ser feliz perpassa por ter ou por ser?
Eis outro dilema: pessoas criadas para sempre buscar o ter acabam tendo muita dificuldade no ser. Ter uma moto do ano é muito mais glamouroso que ser uma pessoa saudável ou ter uma casa na praia é muito mais chique que ser um cidadão exemplar e correto.
Talvez o ponto chave para tudo sejam os valores. Quais valores são criados e passados para as gerações futuras? O de ter ou de ser? Eis a questão! Um povo que valoriza o monetário em detrimento do bem estar pessoal acaba por criar pessoas adoecidas e de valores duvidáveis, curiosamente o que mais se observa por aí.
Buscar transformar uma sociedade também perpassa por mudar a si mesmo e aos valores que lhe foram outorgados, afinal de contas só é capaz de sonhar de verdade quem é capaz de tentar mudar a própria história de verdade.
Pense nisso: como diria um grande estadista russo: Sonhos: acredite neles…
Até a próxima.
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