Um teatro de bonecos inspirado na arte oriental do Butoh e nas reflexões do período de pandemia. “Diálogos com a morte” é o primeiro trabalho realizado pela união de Carolina de Pinho e Leandro Marra, e tem estreia marcada para quarta-feira, dia 5, pelo Circuito Cultural UFMG #emcasa. A apresentação virtual terá lançamento às 19h no www.youtube.com/culturaufmg, e ficará disponível no canal para quem não puder acompanhar a estreia. A realização é da Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
A história retrata a conversa entre uma mulher e a personalização da Morte. No diálogo, elas se questionam sobre relações íntimas entre “as mortes de si mesmas em vida e as vidas geradas por mortes”. “A morte é ainda um tema tabu em nossa sociedade que, nesse momento, tem estado extremamente presente, trazendo inúmeros questionamentos e reflexões, que motivaram a criação desse espetáculo”, explicam os criadores da peça, que foi montada durante a pandemia.
A inspiração veio de artistas e pensadores como Antonin Artaud, Friederich Nietzsche, Kazuo Ohno, Ingmar Bergman, Gonzalo Arango, Georges Bataille, dentre outros. O texto traz ainda influências do Butoh, arte dramática japonesa que mistura dança, mímicas e expressão corporal. A arte oriental é estudada por Carolina de Pinho, doutoranda em Artes da Cena pela UFMG, onde atualmente pesquisa o Butoh de Takao Kusuno. Fora do ambiente acadêmico, ela atuou no teatro documentário Territórios (Teatro 171) e no espetáculo Variáveis Ocultas (Campanha de Popularização do Teatro e da Dança), para citar seus trabalhos mais recentes.
A direção do espetáculo é partilhada com Leandro Marra, que oferece à dramaturgia toda sua experiência de 19 anos como ator-manipulador, criador de bonecos, iluminador e fotógrafo em teatro e animação. Entre alguns de seus principais trabalhos estão as premiadas peças De banda pra lua (Grupo de Teatro Armatrux) e Som das Cores (Cia Catibrum). Ele também construiu os bonecos premiados pelo Prêmio SHELL, do espetáculo Marina (Cia Pequod).