O filme “Uma Nova Chance” (“Second Act”) basicamente conta a história de uma caixa de supermercado de 40 anos insatisfeita com sua vida profissional que, com a ajuda de um currículo e redes sociais falsas e de seus amigos, consegue se tornar uma executiva de sucesso.
Em outras palavras é a história de uma mulher de 40 anos de idade, que não concluiu os estudos, sem perspectivas de crescimento no seu emprego atual e sem perspectivas de recolocação profissional que se vê obrigada a criar uma identidade falsa para ser reconhecida profissionalmente.
Maya Vargas (Jennifer Lopez) é uma caixa de uma filial de supermercado. Quando um dia lhe é negada a ascensão de cargo na loja em que trabalha por não ter concluído os estudos, ela mergulha em uma crise. Maya quer mais reconhecimento profissional aos 40 anos. Dilly (Dakton Harrod), filho de sua melhor amiga Joan (Leah Remini), fica sabendo disso e secretamente modela o curriculum vitae de Maya com informações falsas e o envia para uma grande empresa de cosméticos.
Maya é prontamente convidada para uma entrevista de emprego e pôde se vender lá tão bem que imediatamente consegue um emprego no alto escalão de uma empresa multinacional. Com seu suposto conhecimento, ela deve aumentar os números de vendas de uma linha de produtos para a pele estagnada e, em troca, aumentar a proporção de ingredientes naturais no mercado. Embora ela e sua equipe de funcionários comprometidos estejam obtendo bons resultados, ainda há muito medo a voar.
Mesmo que o resumo do conteúdo pareça bastante claro e, depois de algumas frases, você já saiba como a aventura profissional de Maya terminará, começa a partir da metade do filme mais uma vez, uma nova história central. Maya descobre que sua principal concorrente, Zoe Franklin (Vanessa Hudgens) é, na realidade, sua filha que foi deixada para adoção há 30 anos. No entanto, esta segunda parte, em particular, tem uma conotação séria e também ocorre sem muito contato com a história da ascensão ao redor de Maya. No final, permanece a impressão de que Peter Segal, o diretor do longa, conta duas histórias em paralelo.
O fato de duas ou mais equipes competirem entre si em um ambiente profissional para convencer o empregador de um produto novo ou aprimorado é uma forte inspiração para os profissionais de um modo geral, mas em especial para aqueles que trabalham com vendas.
“Uma Nova Chance” poderia ter ido além se os criadores tivessem se concentrado exclusivamente nessa parte da história: embora tudo pareça um pouco fictício. Além disso, a química dentro do grupo externo de Maya é verdadeira, o que torna o enredo mais agradável.
O filme não é dos melhores. As tentativas de humor e de comoção são muito fracas e não provocam reação em quem assiste. Jennifer Lopez se esforça, mas ainda não é uma grande atriz. Pelo menos como uma história sobre uma mulher que realiza o sonho de uma grande carreira através de um currículo generoso, “Uma Nova Chance” funciona muito bem, apesar da aguda falta de inovação. A tentativa de estender o enredo com a ajuda de uma segunda história mais emocional, no entanto, torna o filme pior do que melhor.
O ponto alto do filme é quando Maya tem que encarar a verdade sobre seus diplomas universitários inexistentes e currículo falso. Esse é um daqueles filmes que se tornarão “clássicos” da “Sessão da Tarde”, na rede Globo.
Mensagem final do filme:
“Passamos metade da vida olhando para trás, querendo ter feito escolhas inteligentes, querendo ter sido mais inteligentes. Sem cometer tantos erros. Mas a verdade é que nossos erros não nos limitam. Só nossos medos fazem isso. E por mais que essa jornada tenha sido imprevisível, fico muito feliz que ela tenha me levado de volta a você. Todo dia você acorda e tem uma segunda chance de fazer o que quiser, de ser quem quiser. A única pessoa que está te impedindo é você mesma.”
*O filme está disponível no Amazon Prime Video
Leia também: Coringa: polêmicas, crítica e opiniões sobre o filme