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Atrasos e mais atrasos: a difícil vida financeira do servidor público de Ouro Preto

19/02/2019 às 09:00
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3 min

Muitas pessoas acham que a melhor coisa que existe é a vida de servidor público: ter emprego garantido, ganhar bem, não ter preocupação, etc. Sem dúvida isso é o resumo do que a maior parte das pessoas fala por aí.

Na verdade, tudo isso é uma grande ilusão. Primeiro porque não existe esse papo de que funcionário público não pode ser demitido, ele pode sim, está em seu estatuto de trabalho, que rege, inclusive, que ele precisa passar periodicamente por avaliações de desempenho, avaliações estas, muitas vezes, motivo de assédio moral ao trabalhador que tem discordância da maneira como age a própria chefia.

Após desmentirmos a primeira lenda, vem a segunda: que ganha bem. Com exceção da casta formada pelos magnatas do judiciário, que atuam em causa própria, a maior parte dos que servem o poder público, ganham mal, muito mal mesmo. Para se dar um exemplo simples, o piso salarial do professor, R$ 2.557,74, não é pago no início de carreira nem pela prefeitura de Ouro Preto, tampouco pelo estado de Minas Gerais. Se formos pegar outros profissionais, como cantineiras de escola ou atendentes de posto de saúde, veremos que os vencimentos são próximos a pouco mais de um salário mínimo.

O terceiro papo furado, de que o servidor não tem preocupação, é fácil de ser desmentindo apenas indo a um posto de saúde ou a uma escola pública, pois mesmo ganhando pouco e faltando insumos básicos como papel higiênico e remédios, ainda sim temos pessoas exemplares que estão ali para servir a população. Quem não indica o nome de uma exímia professora da rede básica de cabeça?

Bom, vendo um pouco do que se passa no dia a dia do trabalhador público, o mínimo que ele deveria, era receber o salário em dia, não é? Mas infelizmente não é isso que se tem.

Tanto o governo de Minas Gerais como a Prefeitura da cidade patrimônio mundial agem com uma sordidez ímpar, retardando e protelando os vencimentos de todo o funcionalismo. Aluguéis atrasados, falta de itens básicos em casa e, em alguns casos, até luz cortada, tem sido a realidade de quem mais trabalha pelo povo.

O descaso e a má gestão tomam conta dos servidores de carreira, o baixo astral e o desânimo reinam nas autarquias municipais e estaduais, sendo visível como a qualidade do serviço tem piorado, o que é óbvio, pois servidor que não é valorizado, não consegue cumprir (por mais que se esforce) seu serviço como deveria (e gostaria).

Até quando esperar? Vamos aguardar mais o que? Tanta humilhação não é suficiente? É preciso agir! E rápido! Está na hora do funcionalismo se unir e mostrar quem de fato faz a máquina pública andar.

Como diz o outro, “ou nóis se une ou nóis se ferra”.

Pense nisso!

Até a próxima.

* Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é Biólogo, Geógrafo e Professor, Doutor em Ciências Naturais pela UFOP/MG e Membro d

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Última atualização em 19/08/2022 às 09:04