Segurança e liberdade: desde tempos remotos a humanidade vem aprendendo a buscar esses dois valores, de modo que muitas tiranias foram aceitas em nome da segurança e diversos sacrifícios foram feitos em nome da liberdade. Mas como esses dois conceitos se relacionam e que tipo de sociedade eles são capazes de gerar? Essa é uma pergunta crucial, de cuja resposta dependem os rumos de uma sociedade como a nossa. Podemos definir segurança como uma espécie de defesa contra mudanças prejudiciais (talvez essa definição não seja das mais precisas, mas bastará para os propósitos de nossa discussão); como a maior parte…
Autor: Gustavo Henrique Sanvezzo
A Revolução dos Bichos foi um livro escrito pelo inglês George Orwell e publicado em 1945, sendo uma das obras mais conhecidas do século XX.
Nas diversas sociedades do passado, uma classe de pessoas acabou por angariar respeito e uma posição, digamos, privilegiada: essa classe foi a dos intelectuais, dos sábios e dos eruditos; isso se deveu a vários fatores, da contribuição em questões técnicas até o puro poder de convencimento. Se foi assim no passado, no presente isso é ainda verdadeiro: uma classe de pessoas dedicadas ao pensamento e ao conhecimento é de extrema necessidade para qualquer sociedade, não sendo de nenhum modo um luxo do mundo ocidental. Todos os povos têm seus eruditos, ainda que arremedos de eruditos em alguns casos, e eles…
Dias atrás, lendo o livro Minha Formação, no qual o grande estadista do Império Joaquim Nabuco fala sobre suas influências intelectuais e de vida, um personagem me chamou a atenção: o barão de Tautphoeus. Ao contrário dos homens vulgares, na melhor acepção do termo, que muitos de nós somos, há uma classe de pessoas muito diversa: a daquelas que são interessantes não por uma obra produzida, mas por aquilo que foram – ou seja, pessoas cuja obra é a própria vida. Sem dúvidas o barão de Tautphoeus é alguém dessa classe. Vendo o rico retrato que Joaquim Nabuco faz do…
No tempo em que vivemos, de pandemia e pandemônio, nenhuma palavra tem sido mais usada do que “ciência”. Todos falam em nome dela: políticos, jornalista, formadores de opinião e palpiteiros em geral. Nunca a ciência teve tantos que a representassem, e talvez por isso ela deva se sentir tão injuriada. Duas, três ou quatro hordas de pessoas sustentam publicamente, batendo no peito e rasgando as vestes, o direito do próprio grupo em não somente discutir questões médicas, mas também em falar em nome de universais como “conhecimento”, “verdade” e “ciência”. Uma verdadeira Babel democrática de choro e ranger de dentes!…